4.2.10

The Last Day

Diário de Monte
O último dia


Sei, sei, sei que estou em falta, mas a internet lá em Mônaco estava péssima (hotel de 5 super e internet estrelas de -15 estrelas). Vamos lá: No penúltimo dia da competição havia legs muito interessantes, com neve e gelo. Paisagem incrível, principalmente nas estradas que dão acesso aos Cols. A cada curva ou túnel que eu reconhecia, ou a cada cidade que eu passava, me lembrava dos meus filmes clássicos passados no pós-guerra e principalmente nos anos 50/60. Para quem curte rallye não pode deixar de pelo menos fazer um dia esse Monte. Mas vale muito a pena, contudo, aqui vão algumas dicas: a-) preparar o carro antes de vir (no meu caso eu fiz isso, somente tive azar no dínamo – achei o regulador que pensei que não tivesse trazido, mas nada... já foram 5 baterias e estou na sexta); b-) ter pneus com pinos ou pregos (é imprescindível – mais do que necessário para sua segurança e competitividade); c-) ter equipe de apoio mecânico que seja eficiente (também, não adianta economizar e contratar qualquer um – o time mecânico, há que ter um bom caminhão ou van, com todos os equipamentos de oficina móvel, e entenderem um pouco de tudo); ter equipamentos de primeira de medição (no meu caso, só usei Halda Twinmaster devidamente calibrado e cronos da Hanhart e da Heuer ¸além de luzes de navegação inglesas e calculadora HP científica, com programa confiável de rallye); e por último o mais importante, um navegador experiente e confiável (o meu co-driver já afirmara que a praia dele não era rallye – fato esse que ele me contou somente 2 dias depois de começar o evento, além do mais, como ele mesmo falou, a idade dele pesou, pois, no primeiro dia 21horas direto, no segundo e nos dias posteriores provas de 12horas, terminando no nosso caso a noite; além do último dia a prova começar as 06:00hs da manhã, terminar de tarde e a noite, a partir das 20hs para o primeiro carro, largada para o trecho mais perigoso, com volta no nosso caso as 2:45hs).



Diante do cansaço visível do meu navegador, aliado ao fato de inúmeras informações desencontradas ou erradas, além do estresse causado pela prova, resolvi desistir de fazer a última especial. Iria colocar a minha vida e a vida dele em perigo, ou no mínimo, danificar o meu carro (que chegou ileso...). Parece ruim, mas não é – não estava aqui para competir (mesmo porque, já no primeiro dia, o meu navegador se perdeu e resolveu seguir um carro competidor, que se perdeu, também. Resultado: perdemos 10 mil pontos. No dia seguinte... perdemos 10 mil pontos, e por ai vai. Em segundo lugar – eu poderia colocar uma bateria nova e fazer a prova (ligando todos os faróis), mas mesmo assim, restou a questão dos pneus (neste dia havia um trecho de 480 metros em descida só de gelo). Foi uma sábia decisão. Muitos times me apoiaram, como o time português do meu amigo António Caldeira (já estou com saudade dele – ontem à noite o deixei no cassino de Monte Carlo). Contudo, o interessante desta prova a noite, é que é a mais famosa, como era nos anos 50/60, tanto é que quem dá a bandeirada é o Príncipe Albert (que não foi no jantar – devia ter coisa melhor do que ficar na companhia de quase 1000 pessoas, todas de smoking, cheirando a gasolina). No jantar ficamos na mesa na companhia do navegador Caldeira, do time inteiro da Escócia (todos com Black-tie e saia kilt – nossa que inveja – sempre vejo em Londres essa indumentária, tenho vontade de comprar, but...), do time inglês e do time grego, que corria com um MGA. Eu estava em casa... Hoje vindo de Monte a Barcelona, onde vou embarcar o carro e a mim mesmo, fiquei lembrando as especiais e da paisagem, além do companheirismo de todos os participantes (quase todos por assim dizer). Um dos times italianos me ajudaram, dispondo seus mecânicos; times espanhóis, dinamarqueses e alemães, me cumprimentaram pela forma limpa de pilotar e das passagens que eu franqueava nas especiais, não atrapalhando ninguém – aliás, eles ficaram intrigados, como um brasileiro que não tem prática na neve, pilota daquela forma com pneus sem pinos (50% p/ asfalto 50% p/ neve) – claro que o time dinamarquês falou que o carro ajudava, mas o time italiano ainda acredita que eu treino uma estação de Sky chamada Itanhaém!!! Muitas línguas se escuta, mas quando a conversa é carro – até esperanto o povo fala (tupi-guarani com a pedra-que-fala = Itanhaém eles já conhecem).



Alguns times me impressionaram pela forma de pilotar (alucinante), e outros por seus carros – acreditem se quiser os Volvos Amazon que estavam aqui apesar de tudo, não eram essas coisas do outro mundo – o meu, sinceramente, não ficava atrás (Jaguar – o E Type 62 – vergonha, e o XK... outra vergonha): Austin-Healey 3000 MKIII, 1965 do time belga (#4) – outro só que 1977 do time suíço (#233) – outro só que 64 e o mais bonito, do time da Noruega (#313); Fiat 124 Abarth Spider, 1972 do time de Luxemburgo (#62); MGA, 1958 do time inglês (#148 – na verdade eles são gregos, com inscrição inglesa – malandragem que aprendi); Polski Fiat 125Hp, 1972 do time polonês (#152 – andava muito); Lancia Stratos, 1974 do time francês (#154) e outra do mesmo ano (#246); Austin-Healey Sprite, 1961, que não sei como cabiam aqueles escoceses lá dentro (#165); Ford Escort RS 2000, 1973 do time dinamarquês (#188); Ford Escort México, 1972 do simpático time misto italiano (#207); Talbot Sunbeam Lotus, 1979, do time francês; Matra DJET V, 1967 do time francês (#251); Reanult Dauphine Gordini, 1966 (#258 – todo mexido – andava muito, me acompanhava bem forte – brasileiro ainda tem que aprender muito); a MB 300SE, 1965 do time alemão (#310) e a MB 220S, 1964, pintada na cor works e instrumentos works, do simpático time espanhol de pai e filho (#317), ou a MB 190SL de 1962 do time espanhol (#322); VW Porsche 914/6 do time francês (#119) – esse tipo de VW só tinha /6 (esses carros e mais 55 Porsches). O museu da MB, da Porsche e da Alpine, mandaram carros – pilotos famosos foram convidados. Enfim, uma festa - agora... poucos, muito poucos (pensando bem, só vi um fazendo isso), tirava fotos da paisagem, enquanto todos os outros participantes e público em geral, tirava foto até do pneu do concorrente (só eu tirei 738 fotos)... enquanto isso... Estou selecionando algumas, no próximo post foi colocar fotos bem interessantes, agora... vamos jantar comida catalã.

Notem a mala do dia a dia do hotel e a bateria reserva...
Maldito Dynamo

Advinhem? Bomba de gasolina Lucas... subiu aos céus - ele tinha outra, but... (ele tem 11 Minis)


Noooosa Mãe

Adivinhem? São Lucas os abandonou...
Meus novos amigos portugueses, que vieram nos visitar antes de ir a Alemanha para visita no Museu da Porsche e da MB - na Ponta o Caldeira (este vai em todas as festas até no batizado da Barbi, e entre eles sua Exelência, o presidente do Conselho de Comissários (por isso há algunas se ajoelhando), o Rei Angelo Pinto da Fonseca. Notem o meu navegador, pronto para a viagem ao hotel...

Notem a raspada no gelo no parachoque esquerdo...

Todos os VW Porsche 914 eram /6

Foi uma derrapada e encontrou a rocha na montanha...
Foi desviar de um carro na contra-mão...

Belo exemplar

Para nós brasileiros, carro raro: Talbot Sunbeam Lotus

Filminhos

Exemplo de /6 e sua preparação
XX

Luis Cezar

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