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16.12.07

Músicas Vetadas

Músicas Vetadas

Obs: Este blog não é político, nem traz tendências deste tipo, but... este é um assunto curioso, que não tem nada com carro clássico (apesar de músicas clássicas), mas tem uma ligação com o filminho que selecionei com o último artigo (sobre livros), com tema de natal. Eu vetei várias músicas e lembrei das músicas censuradas e politicamente incorretas existentes no Brasil. Aqui vai:

Procurando alguns filmes sobre natal eu encontrei umas peças... A começar por "noite feliz" em alemão! Para começar - noite feliz - é uma música triste e o natal deveria ser alegre - ou não?! Vocês podem comprovar que música triste - aliás, algumas versões brasileiras ou músicas genuinamente brasileiras são apavorantes - eu não estou falando de axé ou pagode: exemplo: música de ninar criança: "Boi, boi, boi - boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta". Primeiro - a letra é apavorante e a música é de arrepiar - é trauma certo na criança - é só ouvir um mugido que a criança sai correndo. E o pior - a criança não pode ter medo de careta?

E depois não querem que cantem:

Atirei o páu no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau !!!!!!

Então...pau no gato, com cuidado para não atingir a Dona Chica.

E a turma do politicamente correto, então?! Essa música jamais seria cantada, assim como outras. O primeiro samba que se tem notícia foi de Donga e de Mauro de Almeira (conhecido como "Peru dos Pés Frios" - isso é um apelido com sobrenome), registrado em 1917 na Biblioteca Nacional - dizia ele: "O chefe da polícia, pelo telefone, mandou me avisar. Que na Carioca, há uma roleta, para se jogar..." Foi a primeira música a ser censurada, e para provar que isso era verdade, defronte do jornal do Irineu Marinho, montou-se uma mesa de roleta e esta funcionou por dois dias (noite e dia), sem ser importunada pela polícia.

E aquela que animou o carnaval de 1942 - "Nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia, qual é o pente que te penteia - ô nega... Misampli a ferro e fogo, não desmancha nem na areia..." A filha do Jairzinho tem o cabelo duro, mas o resto das afro-descendentes, tem cabelos acalmados e muitas, tem o cabelo louro... E a na música "Aquarela do Brasil", quem colocou a "mãe preta no cerrado" - o que ela estava fazendo lá? E a questão: "meu mulato inzoneiro" - o que um afro-descendente fofoqueiro faz na música de Ari Barrozo? E "morena sestrosa de olhar indiscreto"? Sestrosa Ari?! Tudo para rimar com gostosa? O Ary fez essa música numa noite em que não pode sair, pois, havia uma forte tempestade (imaginem que a censura do Estado Novo vetou o verso nesse música: "terra do samba e do pandeiro", pois, era depreciativo para o Brasil, mas o Ary os convenceu do contrário... E não somos da terra do samba e do pandeiro?).

O pior talvéz venha da obra de Lamartine Babo e os Irmãos Valença de 1931: "O teu cabelo não nega" - diz a letra:

O teu cabelo não nega
Mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega
Mulata
Mulata quero o teu amor

Ou seja: a afro-descendente em questão, tinha "cor", mas "como a cor não pega" como uma doença, quem canta dá entender que como não vai virar um afro-descendente, ele está pronto para manter relações intimas com ela! Ou estou errado?!

Tens um sabor
Bem do Brasil

Ou seja: mulher aqui é tida como comida mesmo!

Tens a alma cor de anil
Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor

Agora ficou pior - a "cor" da pele é negra, mas a alma é "branca", ou melhor "cor de anil", que está mais para azul. E continua o ataque - agora o cara é uma espécie de cafetão da afro-descendente, disfarçado de tenente interventor. Ou estou errado?!

Quem te inventou
Meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando fez careta
Porque mulata, tu não és deste planeta

Pancadão não é porque ela dançava naquela época (1931), um Funk! Era uma gíria para mulher vistosa - um peixão - uma tuchuca, uma cachorra nos dias de hoje no RJ.

Quando meu bem
Vieste à terra
Portugal declarou guerra
A concorrência então foi colossal
Vasco da Gama contra um Batalhão Naval

Quanta bobagem, mas até hoje é uma letra de sucesso... é chamado de Hino à Gandaia.

No limítrofe dos politicamente corretos e dos não corretos, estava o Vinícios de Moraes - Lembram do Samba da Bênção? Dizia o chato do "poetinha":

"Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinícius de Moraes
Poeta e Diplomata
O branco mais preto do Brasil
(...)
A bênção todos os grandes sambistas do meu Brasil
Branco, preto, mulato, lindo como a pele macia de Oxô"

Isso sem falar do samba do criolo doido do Sérgio Porto, dentre outros, but.. quando a BBC Brasil entrevistou a atual ministra do Lula - Matilde Ribeiro, da Secretatia Especial de Política da Promoção da Igualdade, ela afirma que:

BBC Brasil - "E no Brasil tem racismo também de negro contra branco, como nos Estados Unidos?"
Matilde Ribeiro - "Eu acho natural que tenha. Mas não é na mesma dimensão que nos Estados Unidos. Não é racismo quando um negro se insurge contra um branco. Racismo é quando uma maioria econômica, política ou numérica coíbe ou veta direitos de outros. A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou."

Então tá!

Feliz Natal então! Para mostrar que eu não tenho preconceito, aqui estão os vídeos que eu vetei no artigo anterior sobre livros.

Stille Nacht

XX

Bing Crosby

XX

Elvis Presley

XX

The Carpenters

XX

John Lennon

XX

Judy Garland

XX

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