Historic Rallye - The most essential item of equipment is a sense of humour!

7.9.14

Austin-Healey 100 (S, M, MM & Six)

Donald Mitchell Healey sempre foi uma pessoa de visão, que conseguiu se associar a uma fábrica de carros já com nome, mas que precisava de uma injeção de ânimo, como a Austin, surgindo ai uma das mais proveitosas parcerias no setor de automóveis esportivos do Reino Unido. Ele desenvolveu um carro em 1953 - o famoso 100-4 - um 4 cilindros com 2,7 litros gerando 90hp (depois, veio o 100-6 de seis cilindros com 102hp - no início, porque, depois passou a ser produzido com 117hp). Na verdade este era o motor do Austin A90, mas diferentemente o Austin-Healey vinha com câmbio de 4 velocidades e freios a disco nas 4 rodas.
A série 3000 surgiu em 1959, com 6 cilindros e uma litragem de 2.912cc, gerando 124hp. Esta série produziu o MKI, MKII e o MKIII. Eram carros velozes e que atingiam quase 200kph, agradando em cheio o mercado norte-americano. A reclamação geral era a baixa altura entre o escape e o solo (apenas 4 dedos). O MKIII, o último da série era o mais potente, chamado de Big Haley (150hp, chegando fácil aos 200kph) - apesar que os 100 de rallye também eram chamados de Big (mas o apelido pegou mesmo no 3000), but... o carro de fábrica era chamado de Muscle Rally Car (tudo para agradar o mercado norte-americanos e... conseguiu).
Merece destaque a produção feita dentro da fábrica da MG, onde os 3000 eram produzidos pela BMC Competition Departament em Abingdon (ao todo os Austin-Healey sob o comando do Departamento de Competições, ganharam 37 rallies na classe e 44 rallies internacionais. O caçula da família: o Sprite, com quatro cilindros de 948cc, com produção entre 1958 e 1961, onde foram fabricados um pouco mais de 50 mil unidades, vencia inclusive provas duras de rallye como o Liège-Roma-Liège em 1960, o Acrópolis de 1961 e 1962 e os Alpes, de 1961; isso sem contar com vitórias em pista como Sebring 59/60, Le Mans 60, Brands Hatch 61, 1000kms de Nürburgring e as 24 horas de Le Mans de 65 (todas essas vitórias com este pequeno notável, lembrando que não se tratava de works e sim de Times privados).
Anos de Produção dos Austin-Healey 100
1953 - 1955 BN1 Austin Healey 100
1955 Austin Healey 100S (edição extremamente limitada, com produção em alumínio e com preparação de corrida)
1955 - 1956 BN2 Austin Healey 100M (Limited production com alta performance)
1956 - 1957 BN2 Austin Healey 100-4
1956 - 1957 BN4 Austin Healey 100-6 (2+2)
1957 - 1959 BN4 Austin Healey 100-6 - 3/4" SU Carbs (2+2)

1958 - 1959 BN6 Austin Healey 100-6 6 Cilindros (2)
Anos de Produção dos Austin-Healey 3000
1959 - 1961 BN7 Mark I (2), BT7 Mark I (2+2)
1961 - 1962 BN7 Mark II (2), BT7 Mark II (2+2), BJ7 Mark II (2)
1962 - 1964 BJ7 Mark II (roll-up windows)
1964 - 1967 BJ8 Mark III
Anos de Produção dos Austin-Healey Sprite
1958 - 1960 AN5 Mark I 'Bugeye - USA' 'Frogeye - UK'
Depois do Bugeye, 0 AH Sprite era o mesmo que o MG Midget (chamado apenas de 'Spridget').
1961 - 1964 AN6 - AN7 Mark II
1964 - 1966 AN8 Mark III (roll-up windows)
1966 - 1969 AN9 Mark IV
1969 - 1971 AN10 Mark V (somente para o mercado do Reino Unido)

Outros Heley's foram construídos fora dos catálogos da fábrica, realizados por Donald Healey Motor Company Ltd. Donald era um renomado engenheiro e um grande piloto nas corridas inglesas. Ele se aliou ao desenhista de carros Achille Sampietro e a um especialista em criar chassis e carrocerias de alta performance chamado Ben Bowden (este cara tinha trabalhado na Humber durante a Segunda Grande Guerra). A Heley estava estabelecida numa antiga fábrica de componentes de peças de avião em Warwick. Este carro era baseado no Riley twin cam de 2.4litros e 4 cilindros, em aço chamado de light steel. Donald Healey foi diretor da Jensen nos finais dos anos 60, criando com motor da Lotus o Jensen-Healey. A Donald Healey Motor Company foi vendida para Hamblin Group.

Modelos do 100

Tipo Motor Prod. Ano
Healey Westland Roadster 2400 cc Riley 4 cil 64 1946-50
Healey Elliott Saloon 2450 cc Riley 4 cil 101 1946-50
Healey Sportsmobile 2450 cc Riley 4 cil 23 1948-50
Healey Silverstone 2450 cc Riley 4 cil 104 1949-50
Healey Tickford Saloon 2450 cc Riley 4 cil 222 1950-54
Healey Abbott Drophead Coupe 2450 cc Riley 4 cil 77 1950-54
Nash-Healey 3848cc
4138 cc Nash 6 cil
506 1950-54
Healey G-Type Roadster 2993 cc Alvis 6 cil 25 1951-53
Em outubro de 1952 o Donald Healey mostra no Earls Court Motorshow (Salão do Automóvel de Londres), o novo 4 cilindros 2.6 litros chamado de 100 (porque, passava de 100 milhas de velocidade final). Foi um sucesso de vendas no ano seguinte. O desenho foi de Gerry Coker, com inspiração em desenho italiano - o Geoff Healey irmão do Donald, ficou com a parte técnica. Sir Leonard Lord era o presidente da Austin (a produção do carro era na Austin em Longbridge). Foi o primeiro carro feito sob a bandeira da British Motor Company (BMC).

100 (BN1)
Em abril de 53 o primeiro carro veio ao mercado. Era chamado de Austin-Healey 100 type BN1, com 2.660cc com 4 cilindros. Fizeram 10.010 carros, produzidos até agosto de 1955. Em 53 houve um kit, para modificação do setup chamado Le Mans Modification Kit (no E-bay de 2012 encontrei um alemão que tinha todo o kit para vender a 35 mil euros). A foto abaixo é um BN1 com kit Le Mans - mas é um 100M.
Austin Healey 100M
BN2 (100M)
Depois da produção do BN1, veio o BN2 com uma nova transmissão (agora com uma caixa de câmbio com 4 marchas) e em 1955 a BMC anuncia o 100M com uma performance melhor do que o BN1 - na verdade era o BN1 com o Le Mans kit já instalado, com uma maior compressão nos pistões. Ele vinha em 2 tons. Produção encerrada em julho de 1956 com 4.604 unidades produzidas.
BN4 - Primeira Série - 100-six
Em 1956 foi desenvolvido um novo carro, substituindo-se o 4 cilindros pelo 6 cilindros - era um 2+2 com o para-brisas fixo e não móvel como o BN2.
"Sales brochure"
Tinha 102bhp com um torque de 142lb ft, com dois carburadores SUH4. 17 meses depois, um outra introdução - em maio de 56 aumenta-se a performance - 2 carburadores SUHD6, gerando 117bhp com torque de 149lb ft. Este modelo poderia ser incrementado pelo Kit chamado de MM (Mille Miglia). Foram feitos 7.053 carros até abril de 1958. No final de 1957 a fábrica mudou-se para a fábrica da MG em Abingdon.

"six port" engine
AUSTIN HEALEY 100-six (BN6)
Em janeiro de 1958 2 modelos foram produzidos em Abingdon - a primeira série do BN4 e o novo BN6 2+2. Em março de 59 é o fim da produção de 4.150 carros.
Austin Healey BN6 2-seater
Em setembro de 58 lança-se a segunda série. Em março de 1959 o BN6 e a segunda série do BN4 encerram com 4.241 carros.
Interior BN4 second series

Austin-Healey 100 - em Rallies

Chapa de Rallye de Works 100-six
O primeiro a utilizar um 100 em rallye, foi o editor da revista Autosport - Gregor Grant - no Rallye Lyons-Charbonnières em março de 1953, tendo como navegador  co-piloto Peter Reece (terminaram em 15 lugar e em 9 na Classe - tiveram problemas nos freios - brake fade - na fase alpina e na suspensão traseira). Um ano depois - em março de 1954 - Betty Haig navegada por Enid Riddell, ganharam na Classe e terminaram em sétimo na geral, no French Rally Ferminin de Paris a St. Raphael. No mesmo mês diante do duro RAC Rally cravam primeiro e segundo na Classe, com a dupla mista Sr. e Sra. F. Davis e G. Rollins e W. McCornic - respectivamente, classificaram em décimo oitavo e décimo nono na geral. No mesmo ano de 54, diante do Tulip Rally e no Alpine Rallye - a participação foi medíocre, com um 25 lugar no primeiro evento. No circuit-racing (parte do Alpine), o 100S foi muito bom. No Austrian Alpine Rally fica em terceiro na Classe, com J. Teese. No mesmo ano o time ficou em segundo e ganhou na Classe, no Great American mountain Rally, com W. Kolackowski e D. Stanfill. Há que se lembrar que vários 100 e 100S atuaram até 1958 em Brands Hatch, Charterhall, Croft, Silverstone, Oulton Park e Prescott, com grande maestria.

Vamos falar dos carros famosos de rallye
(aqui aparecem não só os 100, mas também os 3000 e Sprites)
Works em ação UOC 741 - o primeiro 6 cilindros
UOC 741 - conhecido como o primeiro dos seis cilindros (100-six). Este carro tinha como velocidade real de 140mph, e fazia 0-60mph em 7.5 segundos. Bah... diria o meu amigo Veppo. O Tommy Wisdom e sua irmã Ann (ganhadora de quase todos os rallyes femininos e alpinos de 1956, com um MGA - último ano da MG, neste modelo, em rallye), atuando agora como navegadora, formavam um dos times famosos, dentro do 100-Six de licença UOC 741, com debut em março de 1957, na prova italiana Sestrière Rally. Este carro ficou conhecido, também, quando fez parte da campanha de propaganda da Austin-Healey (como você pode ver a loira acima, amassando o capô - pau nela!). Terminou em terceiro décimo na Classe. Nos dias 11 e 12 de maio, correu a Mille Miglia com Cecil Winby. Para esta prova o carro teve um maior potencial no motor, com a abertura dos 6 cilindros e dos 1 3/4 SU carbs. Este carrinho mandou bala nas exatas 992.33 milhas (1.567 kms), em 13 horas, 4 minutos e 10 segundos, terminando em 37 na geral e primeiro na Price Category e nono na Classe - esse foi o último evento nas Mille Miglia. Mas este carro deu o start para um baita time - ele com os PMOs.
Time Alpine de 1958
O Tommy pegou este carro com um especificação do BN6, para participar no Rallye de Monte Carlo de 58, tendo como navegador Cyril Smith. Neste ano este carro preparado pelo mítico chefe do Departamento de Competições da MG - Marcus Chambers (ok, ok - da BMC como dona da MG), no Alpine Rally com o Time Captain John Gott com Chris Tooley no UOC741 e Jck Sears e Sam Moore, com o vermelho 100-six PMO203 e Nancy Mitchell com Gillian Wilton-Clark no carro verde TON792 (havia outros famosos PMO como o 202 com Bill Sheperd e John Williamson e a dupla famosa Pat Moss e Ann Wisdom no PMO201) - Baita time. O objetivo era derrubar o Time Triumph.
Liège-Rome-Lège Rallye de 1958
O Alpine Rallye de 58 percorreu 2.360 milhas (3.800 km), em provas na rodovia, nas regiões alpinas e em speed tests como no circuito de Monza. But... a vitória foi do Time TR dos Triumphs - os caras ganharam na classe com um TR pilotado por Ballisat e Bertaut. Dos PMOs: o 202 chegou em sétimo no geral e segundo na Classe (Coupe des Alpes); o 201 chegou em décimo no geral e em quarto na Classe e Coupe des Alpes; o 203 nono no geral e quinto na Classe e o TON792 ficou em décimo segundo no geral e sexto na Classe.

O PMO 202 no Alpine Rallye de 58
Pat Moss e Ann Wisdon no Alpine Rally de 1960 - ganham na Classe e na Ladies
Depois deste evento, 4 destes carros voltaram para Abingdon (o TON792 - foi vendido para o John Clarke mas ainda ficou dentro do time de works cars). Esta volta era para preparar os carros para a prova de endurance - Liège-Rome-Liège Rally. Pat Moss pilotava mais uma vez o 201, com a Ann Wisdom, o 202 ficou com a pilotagem de Gerry Burgess com o Sam Croft-Pearson (que era um dos maiores navegadores da época). O 203 era pilotado pelo Joan John e navegado por Sam Moore e o TON 792 com a pilotagem da fantástica Nancy Mitchell e Ann Hall. As garotas Pat Moss e Ann Wisdom ficaram em quarto na geral e ganharam na Classe e na Coupe de Dames. Gerry e Sam ficaram em décimo na geral e quarto na Classe; o carro de Nancy e Ann ficou em décimo quinto no geral e em sexto na Classe - o resto bateu.
Ex-Works TON 792 (hoje)
Os 100-six entraram no primeiro rallye em 59 (Tulipa e Acrópolis) com um Time formado por 3 carros no Tulipa, com Sears e Garnier no PMO 203 e Pat Moss e Ann Wisdon no PMO 202 - estes dois carros na verdade tinham um setup do 3000 para o ano de 1959. Completava o Time no line-up o piloto Eric Judge e o navegador C. Seaward (na especificação antiga). No circuito de Zandvoort os 100-six eram mais rápidos do que os Aston, Mercedes e Ferrari!!! Ganharam na categoria GT e terminaram em oitavo no geral (os demais carros bateram). A Pat e Ann, entraram sozinhas no Acrópolis Rally com o SMO 471. Aconteceu de tudo neste rallye e para este time, acabando a Ann num hospital.

Foto de época do TON 792 (John Clarke)

David Dixon DD 300 (fazia parte do mesmo Time do TON 792)
O UOC 741 passou para mãos privadas em 1959, quando Don Crimshaw o registrou como DG 95. Depois passou para as mãos de Graham Watton com o registro 2422DD (em tempo: este carro com estes dois donos, ainda fazia rallye). No dia 2 de julho Graham colide com um Saab V4 no Gulf London Rally, no primeiro stage em Oulton Park. O TON 792, depois do Liège-Rome-Liège Rally foi vendido para John Clarke (que pintou de preto e branco), depois pintou para BRG (fazia parte deste novo Time o carro de David Dixon o DD 300 - fizeram Brands Hatch em 1959, Le Mans em 61, Tour de France e outras competições). O TON792 fez sucesso, depois desta venda nas mãos de Clive Baker em 1964. Em 1965 Clive vendeu para David Villing, que em 66 vendeu para Martyn Harfield (sempre colocado em pista). Seguindo estas vendas ele foi para Martyn Harfiel e Martin Williams (atuando em Brands Hatch, Castle Combe, Llandow e Silverstone). Depois veio a posse para Dick Slaughter em 1971. Em 1980 passou para Jim Story e em 85 para Tim Rogers (agora em rallies históricos, principalmente aqueles sob as regras da FIA). O PMO201 foi parar nas mãos da Pat Moss que depois vendeu para J. Mahles. O PMO202, foi para Bill Shepherd, George Brown, Roderick MacPherson e Dave Jeffery; já o PMO203 foi para Bobby Parkes e John Sprinzel. A saga dos 100-six acabou em 1960 com a vinda dos Big 3000. Há que esclarecer que o "S" depois do 100 é de Sebring e "MM" é de Mille Miglia.
Le Mans 1953

Le Mans 1953
Le Mans 1953
Le Mans

Le Mans
Tommy Wisdom e Cecil Winby na Mille Miglia
Por falar em Mille Miglia, a saga nesta prova de rua começou para a Austin-Healey em 1953. Nesta prova realizada nos dias 25 e 26 de abril, teve 481 participantes que largaram e chegaram 286 carros, percorrendo 1.521kms (945 milhas). Bert Hadley e Bertie Mercer participaram com um 100 #548; Johnny Lockett e Jack Reid, com um 100 #551 e Donald Healey (o dono, ou The Boss) e Geffrey Healey (o vice-CEO), com um 100 #604 - nada de pontuação. Em primeiro e dois de maio de 1954, esta prova recebe 374 inscritos (mas só terminam 275), que percorreram 1.606kms (998 milhas). Lance Macklin vai sozinho num 100 #550, Tom Wisdom e Mortimer Morris Goodall vão num 100 #551, e Louis Chiron vai sozinho num 100 #557 - nada de pontuação. Em 1 e 2 de maio de 1955 (ano das flechas de prata da Mercedes 300SLRs - lembram do 722 com o Stirling Moss e o Denis Jenkinson? Assim como, foi o ano da Isetta - igual a nossa Romi, chegar em primeiro na classe abaixo de 350cc), 521 carros são inscritos (e chegaram 281), para percorrer as mesmas 998 milhas. Todo o Time Austin-Healey correu somente com o piloto e com carros 100S: #700 Georges Abecassis, #708 Lance Macklin. #709 Ron Flockhart e # 712 Donald Healey (The Boss) - nada de pontuação. Em 28 a 29 de abril de 1956, 365 carros partiram e 182 chegaram - Leslie Brooke e Stan Astbury estavam com um 100S inglês #242 e Tom Wisdom e Walter Monaco, estavam com um 100S preparado nos EUA, #247 - nada de pontuação. Em 11 e 12 de maio de 1957 realiza-se a última prova das Mille Miglia, com 298 inscritos, onde chegaram somente 163. Participou apenas um 100-six, com Tom Wisdom e Cecil Winby #414 - e... nada!
Foram feitos 5 protótipos dos 100S, como special test cars, preparados para corridas de pista. Eram eles o OON 439, OON 440, OON 441, NOJ 391 e NOJ 393 (o NOJ 392 era de pista mas tunado para o setup M). Foram feitos para correr em Sebring (12 horas), onde participaram da prova de 1954 [Lance Macklin e George Huntoon (# 29) - terceiro no geral e primeiro na Classe Sports 3000 Class]. Em 1955 Stirling Moss e Macklin (# 44), pilotaram um 100S. Sebring teve o AHS 3804 em 55 e em 1954 esteve na Carrera Panamericana do México (5 dias para rodar 1.907 milhas ou 3.068 kms), com Lance Macklin e Donald Healey (# 7) e Carrol Shelby com Roy Jackson-Moore (# 8) - média de velocidade: 209kph!
Largada de Le Mans de 55 - notem o AH número 26

AH de número 26 causador do maior acidente da história do motorsport em Le Mans 1955
Vou explanar o que houve com o Austin-Healey em Le Mans de 55. Quando o piloto inglês Mike Hawthorn encaminhava para o box da Jaguar, o Austin-Healey do Lance Macklin, que para desviar, atinge o Mercedes-Benz do Pierre Levegh, que vinha atras. O Mercedes passou por cia do AH batendo na barreira de proteção e se projetando para cima do público - como seu carro era construído com grande parte de magnésio - o fogo se propagou com mais força. Mais de 80 pessoas morreram. A direção da prova não interrompeu a corrida, vencida pelo próprio Hawthorn e seu segundo piloto Ivor Bueb. Na verdade quem vencia a corrida era o Mercedes de Stirling Moss e Juan Manuel Fangio. O Time alemão retirou-se da corrida e do motorsporte, só retornando em 1989. Suíça, França, Espanha e Alemanha, proibiram provas similares, mas durou pouco, somente a Suíça voltou a admitir provas em seu território somente em 2009.
Ficheiro:Le Mans Unfall.svg
Entenda o acidente com o Austin-Healey em 55 (Le Mans)
O NOJ 391 foi retirado das pistas, principalmente de Sebring e preparado para o Alpine Rally. Raymond Flower e ernest McMillen terminaram em vigésimo quinto (em julho), e em setembro enfrentou o Tour de France acabando em tragédia. Um jornalista francês, por influência, conseguiu uma vaga no time e acabou acidentando-se. Apenas para complementar o que falei acima - Dois works cars 100S fizeram a campanha das Mille Miglia - o NOJ 392 e o NOJ 391, na prova de 1953. Johnny Lockett e Mike (Jock) Reid, correram com o número 552 e Bert Hadley e Bertie Mercer correram com o número 548 (este não chegou no final). Quem ganha a prova é a Ferrari 4.1 litros, de Giannino Marzotto e Neacro Crosara percorrendo 9391/2 milhas ou 1.510kms, em 10:37.19 (490 largaram, 283 chegaram). Em 1956 dois Times privados participaram da Mille Miglia de 56 com os 100M - Tommy Wisdom e Walter Monaco (# 247), terminando em 77 no geral e segundo na Classe 5; e Leslie Brooke e Stan Asbury (# 242), não terminou (bateu). Em 1955 Donald Healey pilotou o número 712 (Jim Cashmore e George Abecassis ia no carro # 700 - Lance Macklin no 708 e Ron Flockhart com o 709).
Em 1953 este carro com Gastonides e Lockett (número 34), correu em Le Mans, chegando em décimo segundo no geral e segundo na Classe (118.2mph). Johnnie Lockett e o holandês Maurice Gatsonides (# 34), era o time das 24 Horas de Le Mans entre 14 a 15 de junho de 1953, com Ken Rudd como homem (piloto) reserva. Gordon Wilkins e o francês Marcel Becquart, formavam o outro time com o número 33. Gatsonides e Lockett terminaram em décimo segundo lugar no geral e segundo na Classe, com uma média de 144.28kph (3.464kms rodados). Becquart e Wilkins, terminaram em décimo quarto no geral e quarto na Classe. Em 1954 havia um Time com 3 100S com Lance Macklin e Birabongse Bhanubandh (# 28), George Huntoon e Ed Lunken (# 29) e Ron Flockhart e Louis Chiron (# 30). Como pelo regulamento, deveriam participar carros de série, os carros não foram aceitos. Em 1953 havia nas pistas e em Le Mans, o 100M (voltando a essa prova em 55 e 56).

S. Moss em Nassau (1956)
Nessa época havia Time formado para disputar o Goodwood International 9-Hour Race, de 1953, com Ken Rudd e Johnnie Lockett (# 10), Time em 52/53 para disputar Lydstep Haven Hill Climb (ganhando na Classe com um Healey Silverstone, com Ken Rudd, indicado por Donald Healey). Em 1953 o 100S participou no Brighton Speed Trials, onde ganharam.

Times privados (ou individuais), fizeram destaques, como o KEA 925 de Max Trimble, que atuou em Brands Hatch em 1955; ou o WBB 220 com Julian Sutton (o Bruce McLaren, também andou pilotando na Nova Zelândia um 100S). O PLY 316 com o Derek Mackay; o LJY 614 com Barry Sidery-Smith, o LSF 806 e OAC 81 com John Carden; o OYY 210 com Mike Wakefield; o SYM 594 com Mike Westminster. UFM 580 com Andrew Usher, Tim Hassall e Alan Cameron. Há várias participações dos 100S, 100M, 100MM e 100-six em pistas e em provas de longa duração. E uma outra história, com o 3000 - que será objeto de artigo em outro.
Todo o Time feminino da BMC com Austin-Healey
Uma pequena lista de provas com resultados importantes de toda a linha AH (só em 58 houve um 100 os outros anos os melhores resultados foram com os Big AH 3000) - vocês vão notar que, apesar do esforço... o carro não ganhou quase nada, apesar dos grandes drivers e co-drivers:
100-Six PMO201 vitorioso em 58
1958
- Liège-Rome-Liège - quarto lugar com o PMO201 (100-Six) - Pat Moss e A. Wisdom;
Foto rara colorida com os dois works SMO744 do Bill Shepherd e o SMO745 do John Gott (este ficou em quinto na Categoria) - French Alpine Rally de 1959
1959
- Liège-Rome-Liège - terceiro lugar com o SMO744 - Rilley e Jones;
- Alemanha - segundo lugar com o SMO746 - Moss e Wisdom;
- RAC - quarto lugar com o SMO745 - Dorley e Morley;
Vitória da Pat Moss e da Ann Wisdom no Liège-Rome-Liège de 1960
1960
- French Alpine - segundo lugar com o URX727 - Moss e Wisdom;
- Liège-Rome-Liège - primeiro lugar com o URX727 - Moss e Wisdom;
- RAC - terceiro lugar com o SJB471 - D. Morley e E. Morley
Ganhador do Coupe des Alpes de 61 (French Alpine)
1961
- Acropolis - terceiro lugar com o XJB871 - Riley e Ambrose;
- French Alpine - primeiro lugar com o XJB876 - Morley e Morley;
- RAC - segundo lugar com o XJB877 - Moss e Wisdom;
Carro vitorioso no French Alpine (Coupe des Alpes) - foto rara colorida
1962
- French Alpine - primeiro com o 57ARX - Riley e Ambrose; e, terceiro com o 77ARX com Morley e Morley;
- Polônia - segundo com o 77ARX - Moss e Mayman
- RAC - segundo com o 67ARX - Hopkirk e Scott; e, terceiro com o 77ARX com Moss e Mayman;
1963
- Tulipa - segundo na categoria com o 37ARX - Morley e Morley;
Rauno Aaltonen e Tony Ambrose no Spa-Sophia-Liège de 64
1964
- Tulipa - primeiro na classe com o ARX92B - Morley e Morley;
- Australian Alpine - primeiro com o ARX91B - Hoipkirk e Liddon;
- French Alpine - segundo na categoria com o ARX92B - Morley e Morley;
- Spa-Sofia-Liège - primeiro com o BMO93B - Aaltonen e Ambrose;
- RAC - segundo com o BRX852B - Makinen e Barrow;
Timo Makinen - terminou em segundo no RAC de 65
1965
- French Alpine - segundo na categoria com o DRX258C - Morley e Morley;
- RAC - segundo com o EJB806C - Makinen e Easter.

Fotos Históricas
(Foram retiradas primeiramente de meu arquivo, depois da net e de livros tais como: Austin Healey 100-6 & 3000, de Graham Robson, ed. Veloce; The Healey Spory, de Geoffrey Healey, ed. Haynes, Big Healeys in Competiton de John Baggott, ed. Crowood Press; Works Wonders de Marcus Chanbers, ed. MRP; BMC Competitions Departament - Secrets - de Marcus Chambers, Stuart Turner e Peter Browning, ed. Veloce - dentre outros.

Não separei em bloco - ficou tudo misturado e junto, e vice-versa (kkkk)
AH na linha de produção na fábrica da MG em Abingdon

Time vitorioso em 1960 no Liège-Rome-Liège

Pete Bartram concentrado no motor e Gordon Pettinger da Dunlop concentrado nos pneus do AH da Pat Moss no RAC de 61

AH frog-eyed (Sprite) no Monte de 62
Mecânicos: Den Green, Dou Hamblin, Gerald Wiffen, Doug Watts e o autor do fabuloso livro Works Rally Mechanic - Brian Moylan - muitas destas fotos de mecânicos foram retiradas desta obra.
O Brian Moylan preparando o AH do Timo Mackinen para o Monte de 63
Largada no Liège-Sofia-Liège de 64 - Altonen e Ambrose
Nobby Hall subindo o AH no Targa Florio de 65

Makinen no Big Healey - RAC de 65

Timo Makinen e Paul Easter na assitência quando ganharam o RAC de 65

Os irmãos Morley - sobre a famosa Carron Valley Bridge - no RAC de 65

Os irmãos Morley na assistência - terminaram em oitavo no Tulip de 65 - notem com a máquina fotográfica a direita - era o Peter Browning fotógrafo oficial do Competitions Press Officer (muitas imagens desta época foram tiradas por esse senhor)

Os irmãos Morley no Pais de Gales - RAC de 64

Rauno Aaltonen e Tony Ambrose no Big Healey na vitória internacional no Liège de 64

Timo Makinen e Don Barrow (aquele da loja de equipamentos de rallye) no Liège de 64

Timo Makinen com radiador furado (notem debaixo do carro), subindo o Casino Square no Monte de 63 - ele ganha na categoria GT, terminando em 13 na geral

Big Healey do Timo Makinen e Christabel Carlisle - descendo a perigosa Turini no Monte de 63

O Fabuloso Paddy Hopkirk quando entrou para o time da BMC (pilotou esse AH no Liège de 62)

Stuart Turner chega em Abingdon com seu Mini-Cooper atrás do Big Healey preparado para os rallyes de inverno.

Notem a bagunça que era o Competitions Departament em 1962 - tinha Mini-Cooper, Sprite, MGA, Big Healey, Austin A40, Mini-Van - todos eles sendo preparados para o Monte




Os Morley Brothers no RAC de 61
Ah... os pombinhos - Erik Carlsson e Pat Moss trocando confidencias no meio do RAC de 61...

Pat Moss no RAC de 61 - neste rallye que ela falou: "If had not stopped to help Erik with a tyre, I could have won" - não se iludam: este é o espirito do rallye, contudo, ninguém para por ninguém - no caso o Erik Carlsson era amorzinho dela.... (em tempo: Pat Moss era irmã o S. Moss).

Pat Moss e Ann Wisdom nos Dolomites no Liège de 60 - foi na verdade a primeira vitória internacional da BMC.

Tommy Wisdom e Douglas Johns no Sprite de Monte Carlo de 59 (63 lugar) - O Tommy era irmão da Ann que era navegadora da Pat Moss

100-Six da Nancy Mitchell e Anne Hall - chegaram em 15  no Liège de 57

Alpine Rally de 58 - 100-Six da Pat Moss sendo checado pelo Terry Mitchell (vazamento de óleo) - mesmo com um pequeno vazamento, ela ganha a Coupe des Dames com a Ann Wisdon

AH do Jack Sears e Sam Moore - terminaram em 11 na geral no Alpine Rally de 58

Pré-Rally praparations do Time da BMC no Alpine de 59 - somente John Gott e Chris Tooley chegaram (terminaram em segundo na classe)

Line-up dos AH 3000 formando o Time - Donald Healey Motor Company - Sebring 12 Hours 1960

Line-up depois das vitórias no Alpine Rally de 1960 - do primeiro Big Healey para o final: Erle e Donald Morley, John Gott e Bill Shepherd, Pat Moss e Ann Wisdom

Pat Moss e sua inseparável bolsa - aqui no Acropolis de 1960 - esse AH apresentou problemas na coluna de direção

Morley em Outon Park - RAC de 65

Coupe des Alpes de 58 - Pat Moss no 100-Six

Reprodução da foto em os ex-works

Departamento de Competições da MG (BMC) - novembro de 65 - preparação para o RAC
Service no Tulipa Rallye de 65
Pat Moss no RAC de 62
Nos Alpes franceses (depois que fizeram Mont Ventoux) - French Alpine Rally de 62
Departamento de Competições de Abingdon (MG) em 1962
Jack Sears em Zandvoort - parte do Tulip Rally de 59

Montagem dos AH em Abingdon nos naos 50, junto com os MGAs Twin-Cam e alguns Frog-eye Sprites



Na frente do prédio da MG - onde ficava o departamento de competições da MG (BMC)

Interior do Six-100 (UOC741) para o Monte de 58

Preparação para o Monte de 58 com o Six-100

Peter Riley no velho 3000 SJB471 no Passo de Stelvio no Liège-Rome-Liège de 60

Liège-Rome-Liège (ganhadores na Classe) - Michael Van Eesbbeeck e Brian Johnson no KVS969, David Hack e Mide Denton-Cardew no 6495PG e Dave Saunders no EJB806C

Nancy Mitchell e Anne Hall antes da largada do Liège-Rome-Liège e 58
(terminaram em 15 na geral e sexto na Classe)



Carro que quebrou recorde - por pouco tempo

Mike Campbell-Bolwling no grid em Goodwood de 59 - terminou em quinto.

A foto diz tudo - ganhou tudo na Southern Rhodesia (este era o AH com licença TOJ301)

Largada de Le Mans de 55 - o Austin Healey que deu causa no maior acidente no Motorsport do mundo - Lance Macklin número 26.

Lance Macklin indo colocar seu AH na largada de Le Mans em 55

Assistência - notem que a BMC usava os carros rápidos ao invés de Vans.

Pat Moss

Assistência de pneu


PMO 203


TON 792






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Luis Cezar

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