Historic Rallye - The most essential item of equipment is a sense of humour!

26.3.14

F1 Six-Wheelers

Muitos pensam que foi o Derek Gardner que inventou o F1 de 6 rodas, quando projetou a Tyrrell P34 (chamado Projeto 34)... já existia monoposto com 6 rodas antes dos meados de 1970, correndo em décadas passadas, nas pistas ovais norte-americanas. A ideia central das 4 rodas na frente era dar uma maior estabilidade ao monoposto de F1. O Gardner já tinha tentado isso com seu carro-turbina na Indy, mas durou pouco, pois, tal inovação junto com a turbina, foram proibidos pela USAC. Quando ele foi designer na Elf-Tyrrell Racing, conseguiu colocar suas idéias em prática - mas a razão era dar maior velocidade ao carro em linha reta. Em todo o caso o Gardner era bom de marketing, pois, para convencer o Ken Tyrrell... ou era muito bom ou o Ken bebia muito na época...
Todos os F1 na época, eram equipados com motor Ford Cosworth DFV V8; com o mesmo fornecedor de pneus (Goodyear) e com a mesma caixa de velocidades - então o que fazia diferença era o piloto e o chassis. Como os pilotos de frente eram muito bons, procurou uma saída no chassis. Os carros de época precisavam usar uma asa muito maior na frente e com 4 rodas, isso iria melhorar, tanto é que a asa dianteira na Tyrrell era mais estreita, melhorando o desempenho em linha reta. O projeto foi apelidado de "Tyrrell P34" - para diferenciá-lo dos outros carros da Tyrrell, que passaram a ter o código 005, 006, 007 e assim por diante - e foi apresentado pela primeira vez para a mídia no Heathrow Hilton Hotel, em 22 de setembro 1975.
Como qualquer projeto, o carro inicial não se mostrou muito eficaz durante os testes. Enquanto, como previsto, muito rápido nas retas longas, suas principais desvantagens vieram de sua aerodinâmica terrível. Depois de corrigir esses problemas, o Tyrrell P34 teve de superar intenso desgaste dos pneus da. A causa do que era óbvio, já que os pneus dianteiros tinham 0,625 de diâmetro, em relação aos pneus traseiros, ou seja, rodavam cerca de 1,6 vezes mais rápido do que os pneus traseiros. Outro problema era que os pilotos da Tyrrell - Patrick Depailler e Jody Scheckter - tiveram de se adaptar seus estilos de pilotagem às duas rodas dianteiras que tornavam o carro mais pesado no volante - isso fez com que o Time fizesse os famosos "buracos" na porta lateral do cockpit, para que os pilotos fossem capazes de manter um olho em seus pneus de forma contínua, com a visão geral, também, de ajudá-los a avaliar a posição do seu carro em curvas a qualquer momento. 
A P34 Tyrell finalmente estreou na Fórmula 1 como um carro de competição em 1976 no GP da Espanha, com Depailler conseguindo marcar o terceiro tempo mais rápido na qualificação. A segunda corrida foi surpreendente (GP da Bélgica), ambos os pilotos pilotaram a P34. Scheckter marcou a primeira (e única) vitória na Fórmula 1 durante o Grande Prêmio da Suécia em Anderstorp - depois de marcar a pole position, seguido pelo companheiro de equipe Depailler.
Infelizmente, devido ao mau desenvolvimento dos pneus dianteiros, os próximos meses iria provar os últimos de sucesso para a Tyrrell P34 na Fórmula Um. Na verdade a Goodyear não tinha interesse em desenvolver ainda mais pneus de 10 polegadas, considerando que o equipamento britânico foi o único que realmente era quem utilizava esse sistema de 6 rodas, tornando o problema do desgaste dos pneus impossível de resolver. Além disso, o fato dos pneus dianteiros que rodavam numa velocidade mais elevada do que as rodas traseiras, causavam problemas nos freios, devido ao alto índice de calor. Encontrar a melhor solução para esfriar os freios dianteiros também foi um trabalho próximo do impossível para a Tyrrell. Ao todo o F1 P34 terminou a temporada 1976 com um uma vitória, oito pódios e duas voltas mais rápidas. Scheckter acabou por terminar em terceiro na classificação geral, enquanto o Time Tyrrell terminou sua campanha inaugural com a P34 em 3 º lugar.
Patrick Depailler e Ronnie Peterson no GP Brasil de 77 (Interlagos)
Depois de uma série de desenvolvimentos através do 1976-1977 a campanha de 1977 começou miseravelmente para o "melhorado" P34. Nem novato Ronnie Peterson, nem Depailler conseguiram terminar a primeira corrida, apesar da carroceria de fibra de vidro recém-introduzida. A temporada inteira foi para o buraco da mesma maneira - principalmente porque, independentemente dos novos desenvolvimentos, o desgaste dos pneus e arrefecimento dos freios nunca foram resolvidos - forçando Gardner para deixar o Time Tyrrell Racing.
No entanto, o Tyrrell P34 foi não é o único F1 de 6 rodas - a March 2-4-0 foi outro projeto com o objetivo de fazer a sua estreia F1 em 1977, com um montão de rodas... apenas dificuldades financeiras no desenvolvimento do design do carro tornou impossível para Max Mosley (co-proprietário do Time) e o designer Robin Herd, ganharem algo com um carro desse.
Esse era a Willians FW08B - o último F1 de 6 rodas
O Manada supervisionou o desenvolvimento do projeto inicial P34, e... surgiu com a ideia de montagem 4 rodas na parte traseira do carro, em vez de na frente. O principal argumento para isso é que a aderência proporcionada pelos quatro pneus tem-se provado muito mais eficaz na parte de trás do carro. Além disso, não havia necessidade de um desenvolvimento especial de pneus Goodyear de 10 polegadas. Infelizmente, devido à falta de fundos do Time March, não tiveram sorte em construir uma caixa de velocidades funcional capaz de conduzir as 4 rodas na parte traseira (impossível de fabricação).
 
Williams FW08B - 1982
Durante primeira volta de demonstração do carro em Silverstone, perante a mídia, a caixa de velocidades não funcionou muito bem, transformando o 2-4-0 em um carro de 2 rodas motrizes. O projeto acabou arranhando a March. Foi só Frank Williams, cerca de 5 anos mais tarde, para tirar o projeto do 2-4-0 e tentar transformá-lo em um vencedor da corrida durante a temporada de 1982. Comumente conhecida como a Williams FW08B, o carro nunca viu a luz do dia num GP. "Old Frank" finalmente renunciou à ideia de reviver o conceito 6 rodas, um ano depois, após a decisão da FIA de banir 4-wheel-drive da Fórmula 1.

Ferrari 312 T6
Well... mas é só isso? Claro que não... existia carro de 6 rodas mas tipo paralelo... paralelo? O Enzo Ferrari entrou na onda... e mandou colocar 2 rodas traseiras juntas em cada eixo. O carro foi testado em Fiorano pelo Lauda e pelo Reuteman, mas o carro (Ferrari 312 T6) teve um desastre, na 12a volta no segundo teste... O mais estranho é que a Ferrari fez um protótipo chamado 312 T8 com 8 - sim - 8 rodas!!! Será verdade tudo isso???


acho que este abaixo é falso... ou seja, é montagem...

Ferrari 312 T8 com o suposto Clay Regazzoni pilotando
É claro que dizem que a Lotus não poderia ficar atrás e fez um F1 de 6 rodas. Esse carro até hoje é contestado pela Lotus, que dizia que as fotos tiradas eram montagem... pelo sim, pelo não - aqui estão elas.
Mas... voltando no tempo temos o Pat Clancy com seu Special que percorreu as 500 Milhas de Indianapolis1948 e 1949 - ficou em décimo segundo lugar em 48 e quebrou em 49. O carro saia muito - mas muito de traseira.
E... olhando ainda mais para o passado, encontramos a fera alemã, que originalmente foi chamada de flexa de prata por alguns, e por outros como raio de prata - era o Auto Union Type C... (isso sem falar nos carros de quebra de recordes, onde mais de 4 rodas era normal).
Auto Union Type C

E... mais fotos

Nelson Piquet e Alex Dias Ribeiro...
Dizem que foi o Piquet que colocou duas rodas depois do eixo-traseiro duplo....
Alan Jones com o Willians FW07D em Donington Park (1982)
Esse foi o F1 experimental da March Engineering fabricado em Bicester - Oxfordshire, testado em 1977
March 2-4-0










Mas se você acha estranho essas rodas em F1... não fique tão espantado... teve coisa pior





















Luis Cezar

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