Historic Rallye - The most essential item of equipment is a sense of humour!

23.1.11

Rallye International des Alpes - 2011

Outro rallye - esse tipicamente alpino (é claro) - que na sua essência foi na época de ouro um dos rallyes mais importantes do mundo, tem sua continuidade - trata-se do Rallye International des Alpes, que está comemorando a sua 53a edição, a ser realizado entre os dias 3 e 8 de julho. Este rallye já foi objeto de vários posts neste blog, não só na sua versão original (de 1910 a 1971), mas, também, como rallye histórico (formatado desde 1989).
Trata-se de uma rallye FIVA (A018) - que percorre a Suíça, Áustria e Itália, tendo seu início no dia 4 de julho na leg de Lausanne a Zermatt; no dia 5 tem a leg de Zermantt a St. Moritz (percorrendo os famosos Passos de Nufenen, Gotthard e Oberalp); no dia 6 a leg é de St. Moritz a Seefeld (agora sim... neste trajeto tem os mais famosos de todos os Passos - Stelvio); no dia 7 a leg é de Seefeld a Cortina d´Ampezzo (percorre-se os Dolomites) - Cortina dá o nome ao Ford (que teve uma saga notável, com motor Lotus), foi palco de famosos rallyes como a Coppa delle Alpi dos anos 20 e o Stella Alpina dos anos 50 e finalmente no dia 8 o rallye fica e termina em Cortina (outros carros receberam o nome da prova como alguns dos modelos da Sunbeam). Chega-se perto de 1.500 km de percurso, com velocidade de 50kph e 98% em asfalto. Para o que oferece é razoavelmente barato: 7.500 Euros com hotéis de 4 a 5 estrelas e 6.000 Euros para hotéis de 2 a 3 estrelas (para participação e alojamento para 2 mecânicos no mínimo 3.950 Euros, e para quem tiver propaganda no carro, paga-se mais 500 Euros). Contato com: ridah@rallyedesalpes.com  - Alpine Rally Association; Avenue du Pont-d’Arve 28; 1205 Geneva - Switzerland - telefone: +41 (0)22 849 85 03 e telex: +41 (0)22 849 85 05.
Fotos dos Eventos Passados:
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Filminho

Rallye de 2010

XX


Luis Cezar

22.1.11

Liège-Rome-Liège Revival 2011

Essa leva de eventos de longa distância, estão virando moda - desde rotas mais seguras, como em rotas mais arriscadas - vide o exemplo do Pequim-Paris, onde dos 98 carros que largaram só chegaram 12 (bom... o Monte geralmente dos 340 pelo menos 80 se envolvem em acidentes - e tem apenas 2.500 kms cronometrados). Esse ano começou bem com o London-Cape Town (de 1 a 27 de janeiro) - quando acabar eu relato. Mas para o meu gosto e para quem gosta de rallye de longa distância com carros clássicos, o máximo será a reedição do Liège-Rome-Liège Revival 2011. Um baita rallye, que vai ocorrer de 18 a 25 de junho deste ano.
Eu acho que o último Liège foi em 1971 - era um rallye com grande viés alpino.  Foram 4 décadas de abstinência. Esse lendário rallye foi criado na década de 30 tendo o mesmo prestígio do Alpine Rallye, do Monte, ou de corridas como a Mille Miglia, Targa ou Carrera Panamericana. Muitas marcas já testaram seus carros como Porsche, Mercedes, Triumph, Austin, Jaguar, Renault, Citroën dentre outros. Este revival promete trazer o sentimento (agora em regularidade), daqueles momentos - e pelo roteiro... tenho muita vontade de fazer essa mítica prova (60% do trecho é o mesmo da antiga prova, com uma distância de 4.200km, com 26 especiais e 31 testes de regularidade, passando por 5 países - Bélgica, Luxemburgo, França, Suíça e Itália, percorrendo estradas nas regiões de Vosges, Jura, Dolomites, Alpes e o legendário Passos de Gavia e Stelvio). É uma prova organizada pelo Royal Automobile Club da Bélgica. Documentação FIA e passaporte FIVA compulsórios, para carros e pilotos e co-pilotos, com veículos produzidos de primeiro de janeiro de 1950 a 31 de dezembro de 1975... e... 9000 Euros de inscrição.
Liege Rome Liege Renault 4cv poster by Anonymous
Para maiores informações deste imperdível rallye de longa distância na Europa procure o RAC da Bélgica, ou o Jean-François Chaumont (jfclrl@racb.com), Dan Erculisse (delrl@racb.com), ou pelo telefone +32 2 287 09 95 / lrl@racb.com.

Luis Cezar

Tiger Classic Car Rally

Rallyes de grande distância estão na moda - alguns são feitos na América do Sul e do Norte, outros da Ásia a Europa, isso sem contar os de longa distância pelo território europeu e africano. Uma das novidades é o Tiger Classic Car Rally, que vai ocorrer de 17 de fevereiro a 17 de março deste ano. Poucos carros (menos de 40), a um custo de 23.500 Libras. Vide os mais de 7 mil kms a serem percorridos. Só para quem gosta.


Luis Cezar

9.1.11

MG Midget Type J - O "Pequeno Notável"

Os Evans e seus MGs Midget J2
Um dos projetos que despertou um interesse muito grande por parte da diretoria do MG (diga-se os primos do Cecil Kimber, e ele mesmo), foi a construção do J cars - o espírito do verdadeiro Midget (claro... este não foi o primeiro Midget e sim pela ordem: M, C e D Type, todos de 1932). Saiu das pistas e das provas de Hillclimb e Rallye para o consumidor final - isso quer dizer - O J2 fez sucesso nas provas de Trial, Hillclimb e Rallye, oriundo do C-Type - depois vieram os J3 e J4, que solidificaram o sucesso nas pistas, influenciando - como Midget na concepção e performance - o fantástico K3, que era um Magnette.
Linha de produção do MG J2 Midget
Como a família Evans falava: esse era o grande pequeno! Foram produzidas 380 unidades do J1 e 2.083 unidades do J2 com 847cc, entre os meados de 1932 até o final de 1934; do J3 produziram apenas 22 unidades e do J4 ainda menos: 9 unidades (ambos com 746cc), do final de 1932 ao final de 1933. O J1 tinha 4 portas e poderia ser todo fechado, já o J2 tinha apenas 2 portas, sendo um verdadeiro roadster - o J4 poderia vir sem as portas - era realmente um carro de competição.
Eis aqui o supercharger instalado no J3
Conjunto carro-motor do J2
O J deu parâmetros para as construções dos futuros carros esportes da MG (dizem), conceito esse que foi até o modelo MG TF. A combinação de um chassis dinâmico e diria... nervoso, uma carroceria leve e um motor bem elástico (que poderia ser equipado com um supercharged - compressor tipo Roots, instalado nos J3 e J4), fizeram do J um sucesso para categorias de até 1000cc. A inspiração e o pai do Type-J foi o Type-C, que já foi objeto de post neste blog.
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Os Js tiveram início de fabricação em agosto de 1932 até o final de 1934, baseado como eu já falei no Type C. O J2 com supercharged tinha uma performance melhor do que no J3 (vai entender uma coisa dessa - e só descobriram um ano depois do lançamento do J3 - um J2 custava um pouco menos de 200 libras e o J3 e J4 custava quase 300 libras - a propaganda oficial da MG do J3 era "Supercharging for All"). O J4 era um J2 com um freio melhor e um volante com um curso melhor - passava das 100 milhas fácil-fácil (o J2 ficava nas 80 milhas - algo como 130km/h). O J1 na verdade era um carro com 4 lugares, com 847cc, vindo do C Type, com 2 carburadores SU, que geravam 36bhp.
J. C. Elwe na starting-line no International Trouphy Race de 1933, no seu MG J4 (ao lado o K3 do Howe)
O J2 já nasceu com dois lugares, que atingia no seu lançamento as 65 milhas e o carro testado pela The Autocar Magazine, atingia as 82 milhas. Ele foi utilizado em alguns rallyes e algumas provas Hillcllimb (com o compressor, teve sucesso no pós-guerra). O J3 foi criado como racing version, com 746cc, equipado com supercharger, com um freio bem grande vindo do L-Type.
Este é um J4 (J4002), pilotado pelo Hammy Hamilton, que travou um duelo épico com o Tazio Nuvolari que pilotava o K3, no TT de 1933 (Nuvolari ficou em primeiro e Hammy ficou em segundo).
O J4 era um pure racing version, com uma carroceria light com o motor do J3, equipado com um supercharged com mais potência, obtendo algo como 72bhp!!! Era um projeto querido pelo Cecil Kimber, que teve muito orgulho de apresentar o carro no London Motor Show no mês de outubro.
Os Type C e D, tinham um câmbio de 3 marchas (o mesmo utilizado na série Morris Minor no Type D e M), já o J tinha um câmbio de 4 velocidades. Uma curiosidade: era para ser lançado o J5, mas a próxima geração  da MG agradou mais e... fizeram poucos J4. Nunca foi lançado.

W.T. Platt (piloto) e A.W. Archer (navegador) em Folkestone, no MG J3 (J3 755), durante o Rallye de Monte Carlo de 1933. Ganharam o Mont des Mules Hillclimb neste Monte.

O J2 teve muitos seguidores de peso, principalmente para Rallyes e Trails: J. Marurice Toulmin, que foi o capitão do Cream Cracker Team, também, pilotava um J2 TJ2 em 1933 e 1934; R. A. Macdermid, conhecido como Mac, era o terceiro membro do original Cream Cracker Team, pilotava tendo como sua navegadora inseparavel sua mulher Winsome Butler, um J2 JB859, em 1933; J. E. S. Nones, conhecido como John, ou Jonah, ou Jesus, que foi também do time do Cream Cracker (no M-Tyep), adorava fazer provas com sua negadora e mulher Nora, e declarou por várias vezes que gostava mesmo era de pilotar o seu J2 (tido como favorito) YD 6854 de 1933 a 1935; H. Ken Crawford, piloto do PB Cracker Team, pilotava (quando sua licença foi suspensa no famoso Land End Trial de 35, um J2 LV 1148 (teve que ser afastado dos rallyes e trials por ordem médica em 39); H. W. (Bill) Haden, dentista de Cheltenham, pilotava um J2 DG 5166, ganhando o primeiro evento oficial do MG Car Club.
Doreen Evans pilotando o seu J2 do Time Evans de Trials Cars, em Gypsy Lane no Colmore Trial de 1934
O J2 ganhador da Família Evans em Hillclimb








O Time dos 3 Js, da Família Evans, no Barnstaple Trial
A famosa família Evans, que já foi objeto de post aqui neste blog, começou sua saga na Bellevue Garage com um time de J2s, pintados nas cores Cambridge Blue com faixas Cream (YY 1168 com o Kenneth, AGY 339 com a linda Doreen e o ALM 401 com o Denis).
2 MGs J2 e um J3, no Scotland Rally - notem que só o piloto se apresenta (navegador é secundário)
W. E. Belgrave no seu J3 (#J3770 - licença JB2268) no Alpine Trial de 33 ganhador do Coupe des Glacier
Notem os J2s sem os para-lamas e faróis
- Em 1932 Eyston/Denly/Wisdom no J3 756, quebram recorde das 24 Horas de Montlhey (70.62mph);
- Em janeiro de 1933 W.C. Platt com o J3 755, ganha na Classe o Mont des Mules Hillclimb e chega ao final do Monte Carlo Rally. Em maio Hammy Hamilton no J4 002 ganha na Classe o Grand Prix da Alemanha em Nurburgring. Em julho Denis Mansell no J4 004, fica em segundo na Classe, na Mannin Beg Race, na Ilha de Man. Em setembro Hamilton no seu J4 002, fica em segundo na Classe, no Tourist Trophy Race (TT). Em dezembro Barron Collier Jr. é declarado ganhador dos pontos do ano, do Automobile Racing Club of America, com um J2. O J4 (J4101) com Hugh C. Hamilton, ficou em segundo no TT de 1933; O J4 pilotado por Maillard-Brune, ganhou o Bol D´Or de 1934 (ganhou várias corridas nos anos 50 na Inglaterra, tanto em Silverstone como em Goodwood).
Bibliografia consultada (texto e fotos retiradas): MG Competition Cars and Drivers, autor Richard L. Knudson, Ed. Iconografix, Hudson, USA, 2006;  MG Gold Portfolio 1929-1939, autor R. M. Clarke, Ed. Booklands Books, Surrey, England, 1941; M.G. Trials Carls - an appreciation of the works teams, autor Roger F. Thomas, Ed. Magna Press, Surrey, England, 1995; MG by McComb, autor F. Wilson McComb, 3a ed., Ed. Osprey Automotive, Oxford, England, 1978.

O J4, com escape regulado para corrida (regulador de compressão)
6 MGs J2 da Polícia de Lancashire Constabulary.
MG Midget J2 de 1934 (na cor azul claro e um pouco mais escuro no paralamas - Cliper Blue Two Tone)
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MG Sportscar


Fotos do J2


File:MG J2 1933 2.jpg

[1933+MG+J2.jpg]
Esse J2 de 1932 é um ex works YY4, que particiou do RAC Rally (esteve em muitos Trials e Rallyes)
Bill Bennet MG J2 at the start

mgj2klein
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1933 MG J2 Image
1933 MG J2 Image


Fotos dos J3 e J4


1933 MG J4 Midget
Type J4
See all the Images for this Car
File:MG J4 750ccm75PS 1933.JPG
1933 MG J2 Image
O que vocês não esperavam é que o J virou carro blindado na WWII. Usou-se o chassis do J, para a construção deste carro bélico, chamado pelos primos do Cecil, como carro leve armado. Foi construído sobre um chassis do J2.
an MG for D-Day


Arte


Luis Cezar