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12.2.13

Lola T70

Um dos carros mais festejados nas pistas da Europa, principalmente nos eventos de carros históricos, é a Lola T70 - que encantou a minha geração por pouco tempo aqui no Brasil. Até hoje há produções de Lola (inclusive há réplica para rua da T70). O desenho da T70 foi feito pelo Eric Broadley em 1965 - foi projetado para um carro para dois lugares (exigência do Grupo 7), mas fez sucesso também como carro single-seater (lembrando sempre que a Lola foi fundada pelo Eric, que fabricava carros para ele mesmo correr, na British 1172cc Formula - alguns dos caras do primeiro time pilotaram para a Lola nos anos 60, como o John Surtees e Roy Salvadori em 62). A Ferrari prometeu um motor para equipar a T70, but... falhou no fornecimento. Procurou-se a Ford que forneceu através de contrato um motor V8.
No verão de 64 o Eric deixa o Programa do Ford GT40 e funda a Loca Cars Limited, em Slough Trading Estate, bem perto da Ford Advanced Vehicles - a T70 foi apresentada no london Racing Car Show de 1965. O desenho é uma evolução do carro fabricando em 63 - o Mark 6GT.
O carro media 7ft 11in (2.410mm) / largura 4ft 6in (1.370mm), pesando quase 624kg (1.375 pounds) - tinha o melhor farol instalado em carro de corridas - era o mais potente da época (tecnologia absorvida depois pela Porsche e pela Ferrari) - o GT40 foi inspirado nesse carro. O primeiro motor utilizado era um Oldsmobile 4.5 litros com câmbio Hewland LG500 - foi para o Team Surtees - mas para a primeira corrida o motor utilizado pelo time foi um Chevrolet de 5.9 litros desenvolvendo 550bhp. O primeiro sucesso veio no Guards Troph em Brands Hatch, em duas Lolas pilotadas por Surtees e Stewart, sanduwiching o Bruce McLaren. Em meados dos anos 60, o motor V8 da T70 era o mesmo utilizado pelo Cobra e pelo GT40, com um câmbio Hewland LG500, aro 15 com 8' na dianteira e 10'na traseira, 4 weber 48IDA, num motor de quase 5 litros (4.727cc), gerando 360cv.
Hansgen pilotou uma T70 e ganhou em Laguna Seca e ficou em segundo na pista de Las Vegas. Roy Pierpoint ganha a Cape International 3 Hours na África do Sul. Durante 66 inúmeras vitórias - destacando-se a verificada com Sid Taylor e Danis Hulme, ou nas pistas de Snetterton e Tourist Trophy em Oulton Park (RAC Group 7). Seu principal "inimigo" era o Chaparral e a McLaren, contudo, a T70 ganhou 3 vezes em 6 corridas na Can-Am em Mont Tremblant, Riverside Raceway e Las Vegas - vide seus heróis Dan Gurney e Mark Donohue. Em 1967 a produção chega a 47 carros. A fábrica fez 3 carros para o Grupo 4 (MKIII Coupé) - a homologação exigia a produção de 50 carros - mas deu confusão com a Commission Sportive Internationale e o MKIII foi tido como Sports Prototype.

A Lola T70 foi construída unicamente para as pistas e desenvolvida na Gan-Bretanha em 65. No ano seguinte, teve a versão aberta (open-cockpit), chamada de MKII, com motor Chevrolet V8, e com isso entrou para a CanAm series, ganhando 5 das 6 corridas disputadas naquele ano. Em 67 houve um joint-job com a McLaren. Foram construídos 100 carros nas 3 versões (MKII era um open-roofed, produzido junto com o Coupé MKIII (esse último teve uma versão mais forte, chamada de MKIIIB - mas forte mesmo foi a Lola T160).
A FIA mudou as regras para as corridas de carro de esporte em 1968, limitando o tamanho de motor de protótipos para 3 litros, numa isenção era feita: Sportscars com 5.000cc tinham permissão para correr, se pelo menos 50 deles eram fabricados. Esta regra permitiu a participação do Ford GT40 e da Lola T70 nas pistas. O GT40 ganha 2 vezes Le Mans e a Lola T70, ganha em 69 as 24 Horas de Daytona. Em 1969 bastava construir 25 carros, dai foi a vez dos novos Porsche 917 e das Ferrari 512.
A Lola T70 Chevrolet só dava problemas além do combustível na época não ser confiável - hoje a gasolina faz funcionar muito bem o esse motor da GM. A Aston Martin fez motores V8 substitutos, como as Lolas T70 que correram em Le Mans em 1967, pilotado por John Surtees - mas para corridas curtas, o motor da Aston Martin não funcionava muito bem. Durante as filmagens do clássico Le Mans, onde atuou o Steve McQueen, o chassi de Lola foi sacrificado e disfarçado com bodywork do Porsche e da Ferrari acidentadas no filme. T70s também aparecem, embora modificado, no primeiro filme comercial de George Lucas - THX-1138.
Image:Lola T70 Silverstone 2007.jpg
A empresa inglesa Gardner Douglas, produz hoje em dia a Lola T70, chamada de T70 Spyder, usando chassis ultraleve e com carroceria de alumínio. A empresa norte-americana Race Car Replicas, produz uma réplica muito legal da Spyder e do MKIIIB Coupé, com chassis monobloco de alumínio. Já a empresa Lola trouxe de volta a T70, com a designação T70 MK3B - 2005, com motor Chevy V8 - um verdadeiro iconic sportcar.
A Lola Racing Cars, denominada também de Lola Cars International, foi fundada em 1961, baseada em Huntingdon - Inglaterra. É a mais velha empresa montadora de carros de corrida do mundo, ainda em atividade. Abaixo os modelos de Lolas T70 fabricadas e as Lolas que ainda estão de pé (das 100 produzidas só sobraram essas):


Modelos


Proprietários Chassis Modelo e ano Local
Joseph Gourdon
T70 1968
Anders Hedborg SL73/102 T70 MkIII 1967 Suécia
Claude Nahum SL73/110 T70 MkIII 1967 Suíça
Andre Bailly SL73/112 T70 MkIII 1967 França
Marc Devis SL73/113 T70 MkIII 1967 Bélgica
Jeff Mincheff SL73/116 T70 MkIII 1967
Marc Devis SL73/117 T70 MkIII 1967 Bélgica
Craig Jones SL73/119 T70 MkIII 1967 GB
Jules Moritz Jr. SL73/120 T70 MkIII 1967 USA
Jim Freeman SL73/121 T70 MkIII 1967 USA
Andy Jenkinson SL73/130 T70 MkIII 1968 GB
Nick Linney SL73/138 T70 MkIIIB 1968 GB
Stefano Rosina SL76/141 T70 MkIIIB 1969 Itália
Steve Sanett SL76/143 T70 MkIIIB 1969 USA
Johan Woerheide SL76/144 T70 MkIIIB 1969 USA
Kenne Bristol T76/144 T70 MkIIIB 1969 USA
Jon Minshaw SL76/147 T70 MkIIIB 1969 GB
Nigel Hulme SL76/153 T70 MkIIIB 1969 GB
Yvan Mahé SL76/156 T70 MkIIIB 1980 França
Richard Meins
T70 MkIIIB 1968 GB
Pilotos famosos com Lolas T70 famosas:

Mario Andretti
1966 Can-Am Lola-Ford T70
1968 Bignotti Enterprises Can-Am Lola-Ford T70 Mk3

Jo Bonnier
1968 Scuderia Filipinetti Can-Am Lola-Chevrolet T70 Mk3B
1969 Scuderia Filipinetti Lola-Chevrolet T70 Mk3B
1970 Ecurie Bonnier Can-Am Lola-Chevrolet T70 Mk3B

Chris Craft
1968 TechSpeed Lola T70 Mk3

Mark Donohue
1966 Team Penske Can-Am Lola-Chevrolet T70 Mk3
1967 Team Penske Can-Am Lola-Chevrolet T70 Mk3

George Follmer
1966 John Mecom Racing Can-Am Lola-Ford T70 Mk2

Dan Gurney
1966 All American Racers Can-Am Lola-Ford T70 Mk2
1967 All American Racers Can-Am Lola T70-Ford Mk3B

Graham Hill
1966 Can-Am Lola-Ford T70

Chuck Parsons
1969 Team Penske Lola T70-Chevrolet Mk3B

Peter Revson
1967 Dana Chevrolet Racing Can-Am Lola-Chevrolet T70 Mk3

Barrie Smith
1970 Lola T70

John Surtees
1966 Team Surtees Can-Am Lola-Chevrolet T70 Mk2

Al Unser Sr.
1968 Retzloff Chemical USAC Lola-Ford T (era um 70 bem modificada)


No Brasil vieram duas T70. O time carioca do Norman Casari, denominado Equipe Casari-Brahma, conseguiu bancar a vinda de uma Lola T70 MKIII, com o maldito motor Chevrolet V8 de 5 litros, carro esse que estreou nas Mil Milhas de Interlagos de 1970. Em maio de 71, esta Lola participou dos 300kms de Tarumã, pilotado pelo Casari.
Bob Sharp dita: "Entre 1965 e 1967, 100 modelos Lola T-70 foram construídos e usados por várias equipes famosas. Em 1968 a FIA, Federação Internacional do Automóvel, limitara os motores a 5 litros, o que contrariou muitos construtores. Foi usado então o V8 Chevrolet de 4.990 cm3, com taxa de compressão de 11:1 e potência de 430 cv. A caixa passou a ser uma Hewland de cinco marchas. Este modelo era mais leve e por isso mais veloz. Mesmo em desvantagem, foi segundo na 1.000 Quilômetros de Monza nesse ano. Em 1969 o T70 Mk 3 ganhava a 24 Horas de Daytona. Também levou o troféu em Monza e na prova Gold Cup, na Inglaterra. No ano seguinte venceu em Magny-Cours, na França, quando já deixava sinais de sua aposentadoria em breve. Foi considerado o carro mais robusto das temporadas de 1968 e 1969. Passou por mãos de pilotos afamados como Jo Bonnier, Denis Hulme, Brian Redman e Chris Craft. Dois Lolas T70 competiram no Brasil, com os irmãos Marcello e Márcio De Paoli, Wilson Fittipaldi Jr. e Norman Casari. Wilsinho, após a Copa Brasil de 1970, vendeu o seu para o piloto e construtor Antônio Carlos Avallone, e este para Marinho Antunes. Os dois T70 acabaram-se em incêndio. O de Casari, após bater com violência quando treinava para a 500 Quilômetros da Guanabara de 1971; o de Antunes, após capotar em frente aos boxes do autódromo de Interlagos num treino em 1972."


Os resultados das Lola T70 no Brasil:

Lola T70 de Márcio e Marcelo de Paoli, posteriormente da equipe Brahma


1969
29/06 – 3 Horas da Guanabara – Não terminou – Marcelo de Paoli
27/07 – Campeonato Carioca – II Etapa – Primeiro colocado – Márcio de Paoli
31/08 – Prova Duque de Caxias – Rio de Janeiro – Primeiro colocado – Marcelo de Paoli
21/09 – Campeonato Carioca – III Etapa – Não terminou – Marcio de Paoli
19/10 – 500 Km de Fortaleza – Não terminou – Marcio de Paoli / Marcelo de Paoli
14/12 – 1000 Km da Guanabara – Não terminou – Marcio de Paoli / Marcelo de Paoli

1970
22/11 – Mil Milhas Brasileiras – Interlagos – décimo colocado – Norman Casari / Jan Balder
27/12 – Copa Brasil – IV Etapa – Interlagos – Não terminou – Norman Casari

O AC de Anisio Campos, o Lola T70 dos irmãos De Paoli
e o Fitti-Fusca nos 1000 Quilômetros da Guanabara – 14/12/1969
1971
23/05 – Corrida dos Campeões – Interlagos – terceiro colocado – Norman Casari
30/05 - Torneio SUDAM de Automobilismo - Tarumã – Décimo colocado – Norman Casari
20/06 – Torneio União e Disciplina – Interlagos – Não terminou – Norman Casari
08/08 – 6 Horas de Nova Lisboa ( Angola ) – Não largou – Norman Casari / Jan Balder
07/09 – 500 Km de Interlagos – Destruída no treino – Norman Casari


Lola T70 que foi de Wilsinho Fittipaldi, depois de Antônio Carlos Avallone e Marinho Antunes

1970

06/12 – Copa Brasil – Primeira etapa – Não terminou – Wilsinho Fittipaldi
13/12 – Copa Brasil – Segunda etapa – Primeiro colocado – Wilsinho Fittipaldi
22/12 – Copa Brasil – Terceira etapa – Terceiro colocado – Wilsinho Fittipaldi
27/12 – Copa Brasil – Quarta etapa – Não terminou – Wilsinho Fittipaldi


1971
10/01 – Preliminar do Torneio Brasileiro de F-3 – Interlagos – Segundo colocado na segunda bateria – Antônio Carlos Avallone
21/03 – 12 Horas de Interlagos – Não terminou – Antônio Carlos Avallone / Totó Porto
23/05 – Corrida dos Campeões – Interlagos – Segundo colocado – Antônio Carlos Avallone
30/05 – Torneio SUDAM – Tarumã – Sexto colocado – Antônio Carlos Avallone
07/09 – 500 km de Interlagos – Quarto colocado – Antônio Carlos Avallone
19/12 – Prova Argentina – Interlagos – Quarto colocado – Antônio Carlos Avallone

1972

07/09 – 500 km de Interlagos – Destruída no treino livre – Marinho Antunes














Image:T70ShelsleyPaddock.jpg
Image:Lola T70 Mk2 Spyder.jpg













Luis Cezar

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