A indústria aeronáutica britânica sofreu uma perda dramática de ordens e passou por grandes dificuldades financeiras, após o Armistício de 1918. Para dar emprego imediato para sua considerável força de trabalho, a empresa construtora de avião Bristol, se comprometeu a produzir um carro (o Bristol Monocar), sendo encarroçado pela Armstrong Siddeley. No início da Segunda Guerra Mundial, Sir G. Stanley White, diretor da Bristol Aeroplane Company (BAC) de 1911-1954, estava determinado a não sofrer as mesmas dificuldades pela segunda vez. A empresa estava no meio da guerra com 70.000 empregados, mas o pós-guerra iria mudar essa situação drasticamente. Sir Stanley começou a trabalhar com a AFN Ltd., fabricante de carros Frazer Nash e importador britânico de BMWs antes da guerra. Ai começou o plano para se criar uma joint-venture (mais para joint-job), na fabricação de automóveis. Em julho de 1945, BAC havia criado uma divisão de carros e comprou o controle acionário da AFN. A fábrica foi fundada em Filton Aerodrome, perto de Bristol.
Bristol Cars foi vendida após se juntar com outras empresas de aviões britânicos em 1960, para criar a Aircraft Corporation, que mais tarde se tornou parte da British Aerospace. A divisão de carros originalmente fundiu-se com a Bristol Siddeley Ltd, que foi comprada em setembro de 1960 por George S M White. Este manteve-se na direção da empresa, mas vendeu quarenta por cento de participação a Tony Crook, um agente principal da Bristol. Crook tornou-se distribuidor exclusivo. Em setembro de 1969, apenas um mês antes do lançamento do novo Bristol tipo 411 em Earls Court, Sir George White sofreu um grave acidente em seu Bristol 410. O carro foi apenas superficialmente danificado, mas ele sofreu um trauma grave. Com o passar do tempo, ficou claro que ele nunca iria recuperar a sua saúde o suficiente para voltar ao trabalho, em tempo integral. Para salvaguardar o futuro de sua força de trabalho, ele decidiu em 1973 que deveria vender sua participação majoritária para Crook. Bom... o resto é muito grande... e triste, envolvendo falência.
O Bristol 400 nasceu em 1946 - sim pós-guerra - dizem as más línguas que os ingleses roubaram o projeto da BMW, mas na verdade apesar dos aliados ficarem com fábricas alemãs como espólio de guerra, os ingleses pagaram licença para a BMW para fazer esse carro, que era um modelo pré-guerra. Com o apoio do Conselho de Reparações de Guerra, H. J. Aldington viajou para Munique e comprou os direitos para fabricar três modelos BMW e o motor 328.
O chamado Type 400 era um desenvolvimento do chassis Pre-War BMW 326, com a carroceria do BMW 327 e o motor do BMW 328, tendo os melhores elementos dos três e, em seguida, melhorá-los ainda mais. Originalmente ele foi destinado a ser comercializado sob o nome Frazer Nash-Bristol. Decorrente de uma joint-venture entre a Bristol Aeroplane Co. Ltd e AFN Ltd. Não deu certo... bom... o carro era denominado de "Tipo 400/85" e foi nomeado temporariamente de 'Bristol', mais tarde foi anunciado como "Bristol 2 Litre", enquanto os dois carros esportivos conversíveis foram chamados de Frazer Nash. Para fazer o carro trouxeram o Fritz Fiedler da Alemanha, que havia sido projetista-chefe da BMW a partir de 1932, diretamente envolvido com a série 300 da BMW. Isso provavelmente explica por que depois de seu retorno ao seu antigo posto na Alemanha, o próximo post-guerra BMW surgiu em 1952, designado como o tipo 501, início da série 500 (Fiedler foi Presidente da BMW-AG em 55/56).
400/109 na frente do Bristol Beaufighter
O primeiro motor foi produzido para o consórcio ou joint-venture, como tinha sido prometido por George White em maio de 1946. Ele foi instalado em um BMW 327 coupé para testes. Pouco tempo depois, foram feitos um pequeno número de protótipos (supostamente sete). A partir dos 2 primeiros chassis de teste, quatro carros protótipos foram construídos. Dois destes carros foram concluídos como saloons e dois eram dropheads. Três desses quatro carros sobreviveram.
O primeiro protótipo com a licença (placa) BAC568, saiu na publicação da The Motor Magazine, de 6 de novembro de 46 (a Autocar Magazine e a Light Car Magazine, já noticiavam o desenho do carro, como design for speed). Em 11 de dezembro a Motor Magazine traz a foto do 400/001 com licença JHY261. Em janeiro de 47 sai na capa da Motor Sport e em 29 de janeiro é apresentado o 400 Cabriolet (400/003). Oficialmente o carro é apresentado no Geneva Motor Show com o DH 400/004 SMG72.
O primeiro Bristol 400 a participar de um rally foi o 400/138 com licença LAE245 - na prova Eastbourne Rally de 1947.
Goodwood
Em 48 participa do Rallye des Alpes com o 400/142 licença KLX677. Em agosto deste ano, foi inscrito no Polish International Rally o 400/142, ficando em primeiro na geral. Em 18 de setembro participa em Goodwood (400/359 JUL725).
Mille Miglia 1949
Em 30 de janeiro de 1949 participa do Monte Carlo Rallye com o 400/142 P-28797, ficando em terceiro lugar na geral e em primeiro na classe (#68). Para prova de recorde participa no dia 8 de fevereiro de 49 em Montlhery/Paris, percorrendo 100km a 92.08mph de média, com o 400/142. Em 25 de fevereiro deste ano ganha da Autocar Magazine o Britian’s Best in the Rally, com o 400/142. Em março de 1949, participa do IX Giro di Sicilia (Targa Florio) com o 400/002 (NHX115), ficando em segundo na Touring Class (#201). Em maio do mesmo ano participa da Mille Miglia, com o 400/002 (NHX115) ficando em décimo terceiro na geral e terceiro na Touring Class (#339). Ainda em 49 em 31 de julho, entra na Coppa della Toscana, ficando em oitavo na geral (#1119) e fica em quinto na geral e primeiro na classe 1500cc e Touring Class, no Stella Alpina Hill Climb. Vários Bristols foram inscritos no Alpine Trial de 49 ficando em quarto, quinto e sexto lugar na geral com (respectivamente): 400/102 Farina DH, HJ Aldington e A. Marshall (SMT259 #67); 400/001 T & E Wisdom (JHY261 #68 - que não terminou); 400/142 Z. Treybal e R. Parkinson (KLX677 #69); 400/002 D. Aldington e D. Murray (NHX115 #70). No Tuscany Cup ficou em primeiro na classe standard touring. E para encerrar o ano de 49 participou do Como Lario Hill Climb, ficando em primeiro na Classe 2 litros e segundo na open class.
RAC 1951
Em 1951 participa do Monte Carlo Rally, com largada em Glasgow, como o 400 de licença JVM698 (Peter Bolton) e com o 400/515 (LHU679). No 1951 RAC International Rally participou o 400/420 (JAH594), com Paul Buckley (#87). O 400/506 (LHU589), também participou do RAC, assim como o 400 (ADC594), com PJ Walton (#90). Silverstone, na prova Production Car Race o 400/200 (JAH594) com Paul Buckley ficou em décimo terceiro na geral e em primeiro na Classe Coupe. O último Bristol Type 400 sai da production line em 51 e é vendido para Austrália.
RAC 1952
Em 1953 partticipa do BRDC International Trophy, em Silverstone, com o 400/501 (GGB118), A. Crook ficando em primeiro na Classe e Team award.
Em 1954 fica em segundo na geral nas 24 Hours Road Race, com o 400 (AHZ910), com Gordon Greig e Peter Vennermark.
Os dois modelos - Um Bristol outro Frazer-Nash (produzido pela Bristol)
As 4 fotos acima são do mais famoso 400 ex-works
As 3 fotos acima foram tiradas na fábrica do estúdio Farina.
Único wood feito pela Bristol
Luis Cezar
4 comentários:
amo los bristol,
sobre todo los 450s de le mans.
si puedes, búscalos en google o en mi blog.
saludos!
Vou pesquisar sobre o 450 Le Mans... e quem sabe sai um post - mas o que eu sei, é que o 450 Le Mans é muito, mas muito feio...
no!
muito bonito!
fica que hay dos modelos de 1953 y de 1954 mais aerodinamico.
http://gauchomodels.blogspot.com/2011/10/el-especial-de-los-viernes-bristol-le.html
bonito foi o gol do Messi agora...
já havia visto sua página...
abs
Luis Cezar
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