Comentários sobre carros clássicos esportivos, carros históricos de rallye e de pista, além de comentários mais especificamente de eventos esportivos de rallyes e raids históricos realizados no Brasil e no exterior.Comments on sporting classic cars, historic rally and race cars, hesides comments more specifically of sporting events of historics rallyes and raids accomplished in Brazil and in the exterior.
Historic Rallye - The most essential item of equipment is a sense of humour!
6.6.07
Radiografia - Datsun Fairlady 2000 Roadster -
Datsun Fairlady Roadster O Império Contra Ataca
Este blog, não fala só de carros ingleses, ou europeus de um modo geral, mas já falou de carro japones (como o Datsun 240Z), mas teve um primo deste fabuloso carro, que foi o Datsun Fairlady, que teve um certo destaque nas competições de pista nos Estados Unidos e Japão, e com duas participações destacadas (no computo geral), no Rallye de Monte Carlo e no Rallye das Tulipas, pilotados por grandes pilotos da época. Hoje é um carro bem legal, que competia com o MGB (mas cá entre nós, andava mais - excluindo-se o modelo MGC e o MGGTV8 - apesar que o Datsun 2000 atingia 118 milhas, o MGC 120 e o MGB GT V8 125. O MGB normal atingia 106 milhas). Na verdade o Datsun Sport (para a Inglaterra) e Fairlady (para o mercado norte-americano), surgiu como uma resposta ao lançamento em 1962 do MGB (este foi de 62 a 74, enquanto o Datsun foi de 62 a 69).
Em 15 de março de 1967 a Datsun introduziu o seu modelo de 2 litros designado de Datsun Sports 2000, ou chamado simplesmente de Datsun 2000, aprimoramento de uma linha de roadsters, que teve início em 1932 (quando a fábrica chamava-se Datson). Na verdade temos que retroceder um pouco, pois, a saga do 2000 na verdade começa no Datsun 1500.
O novo protótipo de roadster foi feito para o lançamento do Fairlady Sports 1500 (chamado de chassis SP310), lançado em outubro de 1963, como um carro de 3 lugares (2 seater halfway). O SP310 tinha 1488cc OHV, com 75hp, com um simples SU, ou 85hp com 2 SUs. O 1500 foi produzido até abril de 1965, com uma produção de 6.905 unidades (quem deu o nome de Fairlady, foi o presidente da Nissan - Kawamata - inspirado num filme da época, o musical "My Fair Lady", que ele assistiu numa das viagens para os EUA).O Datsun Fairlady 1500 (SP 310), era um carro para 3 lugares (que no futuro iria influenciar o Fairlady 1600 - SP311). Foram feitos 1500 do Datsun de 2 lugares (o corpo do carro era um pouco diferente do modelo de 3 lugares). A bateria, por influência dos carros ingleses, que ficava fora do cofre, agora neste modelo vem ao lado do motor. O legal deste modelo (para quem gosta), são os 7 instrumentos espalhados no painel.
Albrecht Goertz foi o responsável pelo desenho do Nissan 2000 GT, numa joint venture (ou joint job - para alguns), entre a Nissan e a Yamaha. O motor era desenhado e desenvolvido pela Yamaha (aliás, esse motor inspirou a motorização do 240Z). Mas o projeto foi assinado, na linha de montagem, pela Nissan. Como na história do 240Z há várias lendas e conflitos sobre os carros por ela produzidos.
O Datsun Fairlady 1600 (SP311), foi fabricado de 1965 a 1967. Ele tinha 1.595cc, com 96hp produzidos por seus 4 cilindros, com dois carburadores SU. Uma mudança legal, além dos carburadores maiores e mais eficientes, foi a caixa de câmbio igual a do Porsche 911! O carro agora tem rodas de 14 polegadas, com freios a disco na frente. Foram feitos 11.000 unidades.
Em 1967, temos o Datsun 1600 (SP311) e o 2000 (SP311). Houve uma combinação de times de engenheiros da Nissan com os da Prince Mercedes, modificando até mesmo a motorização oriunda da Austin. A Nissan continuava a fornecer os dois motores, com poucas alterações. O motor do 1600 não teve alterações, but... o 2000 teve sérias modificações. Ele fora desenhado especificamente para esse modelo. Ele vinha em duas versões: a de 1982cc com 135hp OHP de 4 cilindros, com dois carburadores SU e a outra opção era um motor de 1982cc com 150hp OHP - neste caso os carburadores eram 2 de 44mm, Mikuni Solex.
Stirling Moss em 1969, com um Datsun 2000
O modelo é bem similar com o fabricado em 1966, com algumas diferenças, como um maior paralama, uma maior entrada de ar, um maior cano de escape, dentre outros melhoramentos de performance, ou de melhora de posição do motorista, como novos bancos em forma de concha (no painel havia somente 6 instrumentos, um era dual - temperatura de motor e pressão de óleo). O brake master cylinder mudou para melhor, assim como todo o sistema de frenagem. O 2000 vinha com 5 marchas e um over-drive na quinta.
O Datsun Fairlady 1600 e 2000 de 1968 a 1970 são os preferidos pelos colecionadores, principalmente o modelo 2000 (SR311). Era o mais seguro, mas o menos atrativo. Era um modelo que já trazia algumas partes em plástico, conforme era o modismo da época. O que mais mudou foi o painel em plástico e o novo frame para o para-brisas (aliás, resolveu o problema com os limpadores, que também foram redimensionados). Mudança na parte elétrica, na caixa de direção, no volante, lâmpadas externas, amortecedores, maçanetas, etc. (além da restrição norte americana de restrição a emissão de gases). Foram feitos algo em torno de 23.000 unidades.
Modelos
Pistas
Na pista foi aonde o Datsun 2000 se deu melhor, mais especificamente nas pistas dos EUA e do Japão. Bob Sharp e Pete Brock encabeçaram os times de Datsun 2000 nas pistas nos anos 60. A Nissan montou um Official Competition Departament nos EUA , fornecendo peças para os times privados e para o time da casa (racing roadsters), na verdade repetia-se na América do Norte, através da Nissan/Prince a formação de speed shops, como já acontecia no Japão.
ARRC 1969 - Jack Scoville
Datsun 2000 roadsters de John Morton (#46) e Frank Monise (#14) - 1969 ARRC Meeting - Daytona
ROAD & TRACK - Abril de 1968
1969 - Ray Kaehler e Jack Scoville
1967 - Bob Sharp's 1600 - East Coast Motor Show
1969 - Jim 'Fitzy' Fitzgerald num Bob Sharp Racing Datsun 2000
1970 - Morton atrás de Peter Gregg (Porsche) e Bobby Rinzler (Chevron)
1970 - BRE press photo
1965 - Funabashi sports car race - Datsun Fairlady 1600s no grid
Rallyes
As pistas, apesar de tudo, não foram representativas em vitórias para os roadsters japoneses, o mesmo se repetiu nos rallyes. Aliás, o folheto acima com foto de 1967 não diz, mas o Datsun 2000 da dupla Mikkola e Jarvi, no Monte Carlo de 1968, teve uma inexpressiva classificação (nono lugar e terceiro na classe, ficando atrás de dois Porsches 911). Bom mas ficar atrás de Porsche 911 já é uma vitória. Vamos aos dois rallyes onde os Datsun brigaram bastante:
Monte Carlo (1968)
Hannu Mikkola "works"
Em 19 de janeiro de 1968, começa o Rallye de Monte Carlo (Monte 68), com largadas em 8 cidades através da Europa (os 2 Datsuns largaram de Monte Carlo). O grande piloto contratado pelos japoneses, era nada menos do que Hannu Mikkola, que ia no carro de número 66, que "desceram o pau" durante 3.300 kms. Jorma Lusenius pilotava o carro de número 70, que fora nesse evento penalizado com 51 minutos, quando teve problemas com a parte elétrica (teve uma briga interna, onde Jorma reclamava muito por pilotar um back-up car. Bom, veio bater em St. Auban - a porrada foi tanta, que o local do acidente é conhecido até hoje, como "Datsun Wall"). Neste rallye houve 200 entradas e somente 153 deram start no primeiro circuito (eram dois circuitos). Essa perna era de 1.491,5 kms (com 17 road sections e 7 especiais). Dos 60 times que se qualificaram para o segundo circuito, somente 45 terminaram o rallye. Com já disse, Hannu Mikkola e Anssi Jarvi terminaram em nono lugar (terceiro na classe), atrás dos Porsches 911T de Vic Elford e Toivonen (bela dupla) - atrás ficaram Although Vinatier com Alpine e Cella com a Lancia Fulvia (o Alpine teve a sua suspensão quebrada, e a Lancia com problemas no pneu, se mandou sobre vários espectadores - isso sem contar com uma das estrelas Zasada, do Porsche 911T, não largou, pois, tinha que comparecer no enterro do pai!). Foram 5.400 kms em 7 dias.
Todos os participantes, mesmo aqueles com carros que já competiam a tempos, elogiaram a performance do pequeno Datsun (que fizeram "mais bonito", que os MGBs), competindo na classe de igual para igual, com Porsches, Alpines, Lancias, Minis, etc.
Os dois Times de 1968 na esquina do Casino de Monte Carlo Da esquerda para a direita, Jarvi, Mikkola, Vihervaara e Lusenius
Hannu Mikkola no estágio especial
Hannu Mikkola abastecendo no estágio especial
Notem que o carro de Mikkola era pequeno
Lusenius freiando...
Chegada do Mikkola em nono e terceiro na classe
Monte 69
O time de Fairladys de Monte 69, eram fabricados em 1967 (outros dizem que eram de 1968, mas até hoje os números dos chassis são desconhecidos). Todos os Fairladies eram left hand drive (SRL311s), com o badged Datsun 2000. Todos os pilotos eram empregados da Nissan e ambos terminaram o rallye (as placas eram registradas na França). Os carros eram de cor vermelha, com 170bhp e com capotas duras (carburadores Solex/Mikuni no set-up). Os dois times largaram de Monte Carlo, juntamente com outras 41 equipes. O crew era composto por Risto Virtapuro e Charles Lindholm (que ficavam - sempre - atrás da Lancia Fulvia de Ballastrieri e Audetto). Eles ficaram perdidos por causa do imenso fog que fazia na época (foram 22 minutos de lost). Os outros pontos de partida, não encontraram essa particular dificuldade.
No final do rally, Raimo Kossila e Pertti Mannonen se acidentaram com o seu Fairlady 2000 número 79, no mesmo - repito - no mesmo lugar que o Lusenius tinha se acidentado no ano anterior em St. Auban, reafirmando o apelido de "Datsun Wall". Já Risto Virtapuro, com seu navegador Charles Lindholm, no carro 44, era considerada uma dupla sem sorte (ou competência, pois, afirmavam - Autosport - que o carro era bom). Aliás, Kossila e Virtapuro, viraram time dos works Volvo.
Kossila e Mannonen antes do Rally
Virtapuro e Lindholm antes do Rally
Chegada em Monte Carlo
Virtapuro
Tulip Rallye 68
Em 1968 o Time Datsun esteve presente no Tulip Rallye para tentar uma jogada de marketing, pois, junto com rallye de Monte Carlo, era um dos mais famosos dos 16 rallyes que haviam na Europa nos anos 60. O time que correu em Monte, correu no Tulip, contudo, a performance foi medíocre.
Hannu Mikkola e Anssi Jarvi (#1). Jorma Lusenius e Klaus Lehto (#2). Mikkola e Jarvi formavam depois, um dos times da Ford (Escort), e Lusenius pilotou um Alpine-Renault.
Datsun 2000 de Jorma Lusenius na apresentação do Rallye de Monte Carlo de 1968
TULIP RALLYE 1969
O Time de 1968 era chamado de Datsun Sports 2000 (não era chamado de Datsun Fairladies), com carros com volante do lado esquerdo - os carros vinham com um badge com a designação: Datsun 2000 (não levava o nome nem o badge "Fairlady"). Eles tinham carburadores Solex, e eram preparados na Europa por técnicos japoneses. Em 1969 os Times eram formados por Kossila/Mannonen e Virtapuro/Lindholm, e resultaram em resultados pobres no rallye de Monte Carlo, dai a Nissan contratou e times holandeses para disputar o Tulip Rallye. Um time com Rob Janssen foi bem tirando o quinto lugar, no Grupo 3, atrás do Porsche, duas Alfas e um Opel GT, em compensação ele superou Stanley Palmer. com sua Ferrari 275 GTB, que ficou em oitavo lugar. Os carros no Tulip Rallye de 69, colocou 2 carros do Time de Monte 69, com outras pinturas (back-up car).
Ex-Monte Carlo 1969 cars. Antes da prova da Tulipa (Dutch Private Team, chamado de The Dutch National Racing Team), com o suporte da Datsun da Holanda. Rob Janssen e Jaap Dik (no centro), terminaram em quinto. Rob Janssen terminou sua carreira pilotando para a BMW de Rob Slotemaker.
Modelo
Livros e Catálogos
1965 - Bob Sharp's Fairlady 1500 (Competion Manual)
Nenhum comentário:
Postar um comentário