Steering Wheel - Uau!

Volantes
(dos nossos clássicos)

Um dos acessórios mais valorizados pelos antigomobilistas, sem dúvida alguma é o volante do seu carro clássico. Nele nós podemos pegar, sentir o carro, comandar suas ações, demonstrar que somos bons ou ruins em pistas ou em provas específicas, e outros, com auxílio de bebidas e outros itens, a "perdem" e conseqüentemente, perdem o carro!!! Há marcas famosas como a Moto-Lita e "Bluemel" Brookland - ambas inglesas, que equipam desde Aston Martin, passando pelos Rolls-Royce até chegar aos Mini Cooper (apesar que alguns pilotos preferiam o Les Leston nos Mini), isso sem esquecer alguns carros italianos e norte-americanos de grande reputação. Cabe as lembranças dos volantes Les Leston ou o Derrington, ambos de madeira, que equipam os Porsches 356 (apesar que alguns modelos de 356 eram equipados com volantes Vilem B. Haan e Springall), ou os volantes VDM, clássicos do Porsche 911. Estas empresas, disputam um mercado enorme - é mais do que um item do carro - mais se assemelha a um fetiche. Junto com as rodas, é o acessório mais desejado. O sentimento de que quero passar é resumido nas palavras de uma das mais famosas empresas de volantes esportivos "Nardi - il mito e la passione in un unico prodotto: il volante".

Moto-Lita do Mini Cooper S

As grandes fabricantes (que ainda o fazem a mão), traçam uma guerra sem fim, para conquistar o instrumento que doma a máquina - o volante. A Nardi já fabricou e ainda fabrica (para alguns modelos), volantes para a Ferrari, Lancia, Audi, Maserati, Lamborghini, Rolls Royce, Jaguar, Lotus, TVR, McLaren, Volkswagen, Abarth e BMW. A inglesa Moto-Lita fabrica para a Jaguar, Bentley, Mini Morris (Cooper), Aston Martin, Ford Mustang (Shelby e Cobra), e muitos outros.

Há várias histórias interessantes, como as conhecidas com a marca Moto-Lita. Por sua vez, Gianpiero Moretti projetou em 1964 um volante Momo (chamado de Moretti-Monza - aliás, MOMO é a junção das iniciais de Moretti-Moza), para a Ferrari de John Surtees (esse acabou ganhando o campeonato mundial, tornando-se o primeiro piloto a ganhar esse título em F1, como em moto), de lá pra cá, o volante preferido para os carros de rallye é um Momo (revestido em espuma) - sem dúvida alguma - (aliás, esse é o primeiro volante a vir com a faixa no centro-alto, para o piloto não se confundir) - aliás, a MoMo equipa os carros de competição e de passeio da Subaru e da Mitisubishi. Tem outros de segundo time, como o Grant norte-americano, que tem uma vocação esportiva, mas sem o charme dos demais. De uma forma ou de outra, volantes são hoje itens de coleção.

Os primeiros carros tinham uma espécie de manche, o que os ingleses chamam de "tiller", para serem dirigidos, but o Packard foi o primeiro modelo a introduzir o volante como conhecemos, no formato redondo (na verdade esta introdução foi na segunda produção de um carro Packard, construído em 1899). De lá pra cá, o volante tem sido uma das peças mais cobiçadas pelos motoristas.

Moto-Lita num Aston Martin DB5

Nos anos 60 e 70 era uma febre de volantes esportivos, que poderiam ser substituídos nos carros de produção normal, e já apareciam os primeiros volantes especializados para as corridas e para os rallyes. Charles Stewart Rolls (aquele sócio do Frederick Henry Royce), introduziu o primeiro carro na Ilha Mãe com wheel steering, posto num Panhard & Levassor de 6hp, importado da França em 1898. Arthur Constantin Krebs (o grande inventor - ele foi pioneiro em tudo - desde da criação do primeiro periscópio, até a caixa de câmbio), substituiu o já noticiado tiller, por um volante num Panhard, que foi desenhado especialmente para a prova (race) Paris-Amsterdam, que foi realizado de 7 a 13 de julho de 1898.

Participante do Paris-Amsterdan Panhard et Levassor - com volante


Volante Momo num Volvo 122 1967


Nardi de um Porsche 356


Springall (inglês), a ser colocado num 356.


Volante VDM - adivinha onde?


Les Leston num Porsche 904


Derrington do 356 Carrera do associado do MG Club do Brasil - Fredy Rabbat


Vilem B. Haan - do 356...

Hoje o volante dos carros de passeio, incorporam não só a buzina, como trazem controles de telefone celular, som do carro, airbag, cruise control, câmbio tip-tronic, dentre outras comodidades, isso sem contar com os ajustes do volante, que já eram utilizados desde os anos 40 do século passado. Já os utilizados principalmente em F1, o volante traz uma série fantástica de botões que controlam várias partes do carro, motor, suspensão, tração, etc. - custando uma verdadeira fortuna pela tecnologia incorporada.

Hoje há no mundo algumas empresas especializadas em restaurar e fazer volantes clássicos (ou na forma de reprodução, ou criando um novo desenho para um determinado modelo de volante, não mais produzido). Aqui no Brasil temos uma empresa no Rio Grande do Sul, que faz os melhores volantes de madeira e alumínio (em sanduíche), além de restaurar modelos clássicos em madeira - estou falando da Renovatio Automotive, que faz reproduções de qualquer modelo clássico - muito legal mesmo. Vale uma visita e dar o devido prestígio a esses artesões brasileiros, reconhecidos internacionalmente, inclusive na Ilha Mãe, a um preço mais barato que um modelo similar (acessem artigo específico neste blog em : http://luiscezar.blogspot.com/2006/08/volantes-clssicos-se-seu-volante.html, ou acessem diretamente http://www.renovatioautomotive.com/loja/index.php).

Luis Cezar