Historic Rally & Classic Race Cars: Pikes Peak Hill Climb

9.12.13

Pikes Peak Hill Climb

Notem no cowboy...

Vocês já decidiram dos 3 quem é o mais feio?

Mais caipira impossível... essa montanha faz parte da Cordilheira Front, em plena Montanhas Rochosas - que faz parte do Estado do Colorado (condado de El Paso)... caipira ou não - bom... Aspen fica também no Colorado, mas não é caipira - ou é?! Pikes Peak era chamada de El Capitan pelos espanhóis (sim - os espanhóis vindo do México, estavam a procura de ouro, mas como só encontraram neve, umas montanhas muito altas, Cheyennes, Comanches, Kiowas, etc... desistiram do Colorado, mas o nome vem da cor vermelha, pela cor da terra). A montanha recebeu esse nome em homenagem ao Zebulon Pike Jr.... Well chega de história... vamos falar do PPIHC - Pikes Peak International Hill Climb, conhecida, também, como A Corrida às Nuvens.

Para promover a ragião, mais especificamente a estrada da montanha, que acabara de ganhar uma rodovia (?) - Spencer Penrose resolveu patrocinar uma corrida de motocicleta e de carro - no ano de 1916 - assim nasceu a Pikes Peak International Hill Climb (a questão internacional demorou para ocorrer - aliás toda competição nos EUA é internacional, mas na verdade durante décadas só participavam os norte-americanos). Já subiu a montanha todo o tipo de carro, moto, caminhão e gente louca...

Esse carro quebrou 5 recordes entre 1928 e 1931

O primeiro ganhador do Penrose Trophy (2 mil dólares), foi um homem com nome de mulher (Rea Lentz).

Este foi o primeiro ganhador

Sim... é interessante, assim como é interessante acompanhar uma leg de rallye em estrada perigosa. Eu não acho muita graça... essa montanha já viu todos os modelos subindo... primeiro foram os carros norte-americanos, depois, os europeus - ultimamente - os franceses e alemães dominam. Ah.... os franceses...

Veja... há um certo preconceito com carro francês... eu particularmente acho o seguinte: antes da Primeira Guerra a tecnologia automotiva francesa era a melhor, parecia imbatível... continuou com menos força entre as guerras e... acabou. O que matou essa tecnologia fantástica que não foi para frente? 2 guerras mundiais e governos socialistas... But... há que se destacar alguns carros, dentre eles o Peugeot 405 T16, principalmente aquele que fez o Pikes Peak, pilotado pelo mítico Ari Vatanen. Dizem que este carro está sendo vendido... quem se habilita? É um baita carro do extinto Grupo B de rallye, da temporada de 1986, baseado no 205.

Com o final do Grupo B, todos sabem que o departamento de competições da Peugeot passou a se dedicar a provas de Rallye-Raid (para alguns Rallye-Endurance), como o Rallye Paris-Dakar, onde a fábrica preparou um carro do Grupo B (205 T16), para rallies de longa distância e para qualquer piso ou todo-terreno (resultando em vitórias em 87 e 88) - e em 87 um 205 participou do Pikes Peak Hill Climb, onde havia uma inscrição de um inimigo vindo da Alemanha (Audi). Apesar de itens sofisticados de rallye instalados neste carro, havia uma certa desconfiança do short wheelbase - perante o Dakar, os saltos eram prejudiciais para o 205, assim como a tomada de curvas no Pikes. O ataque das curvas eram deficitárias em alta velocidade no Pikes, dai os engenheiros desviarem atenção ao modelo 405, apesar de maior no chassis, era mais equilibrado que o 205 (eu ainda acho que era uma questão de marketing... e e milhares).

O T16 ficou como referência na questão motor. Tinha um fantástico turbocharged de 4 cilindros, com 16 válvulas por cilindro, com 1.9 litros. O carro de longa distância (endurance) tinha uma especificação de motor, designada de XU9T, que gerava algo como uns 400Bhp, com um câmbio de 6 velocidades e com um fantástico Ferguson all-wheel drive system. Um canhão. O 405T16 Grand Raid, era a nova máquina da Peugeot, que debutou no Paris-Dakar de 1988 (mas havia o 205T16 na prova). O 405 nesta prova tinha 880kg com os tanques vazios (e não era pouco, pois, com os tanques cheios a litragem total era de 435 litros, fazendo o bichinho chegar a 1300kg). Ou seja neste evento os franceses colocaram dois 405 e dois 205 - um destes 205 chegou em primeiro.

A Peugeot ganha o Dakar em 87, 88, 89 e 90 - Vatanen só não pilota em 88, onde ganhou o Kankkunen. A nacionalidade era filandesa (na neve e na areia os nórdicos são - ainda - imbatíveis). Kankkunen (Juha Matti Pellervo Kankkunen, foi tetra-campeão do WRC), retirando-se dos rallies para ser político, como o seu compatriota finlandês Vatanen (Ari Pieti Uolevi Vatanen). Esse cara era mais frio do que seu país de nascença. Foi campeão de rallye no Reino Unido em 76 e 78 (em 77 pilotou maravilhosamente um Escort RS1800, em 79 a bordo de um Escort MK2 da Rothmans Rally Team, que marcou época, sendo campeão do mundo em 81). Ele assina contrato com os franceses em 84 e diz de cara que o 205T16 de 529cv, era "carro muito para mim". Teve uma excepcional recuperação depois do seu grave acidente em 85 na Argentina - ficou entre a vida e a morte e seu 205 deu - como diria - perda total (voltou a pilotar um ano e meio depois, ganhando o Dakar seguidamente e o Pikes). Foram construídos apenas duas uniades do 405T16 - portanto, custa uma fortuna.