Esse clássico norte-americano não é chamado por sua marca (Cadillac), mas sim nicknamed ''The Duchess''. Não se trata de um carro de rallye ou de competição em autódromo, mas é uma grata curiosidade de um carro norte-americano.
Os Estados Unidos ainda não haviam entrado na Grande Guerra... o Rei Edward VIII tinha abdicado do trono inglês em dezembro de 36, para casar com a Wallis Simpson (uma socialite divorciada norte-americana)... a era pré-guerra estava acabando e ai surge (1941) um único Cadillac limousine chamado de The Duchess, carro que foi redescoberto recentemente. Na verdade esse Cadillac não era apenas do former king of England, mas sim do casal, agora não real.
Entre o círculo de amigos mais do Edward do que a Wallis, era o Alfred P. Sloan Jr. da GM, que querendo fazer uma surpresa e um carro para o casal, chamou o seu diretor de arte Harley Earl, para projetar essa limusine, quando esse estivesse em visita a Nova York, em 1941. Dai surgiu a Duchess.
Conforme descrição das notas do leilão realizado pela RM, mostra que a Duquesa veio para simbolizar o fim de uma era, mais ou menos marcando a transição do modelo Cadillac (onde definir o padrão mundial de automóveis de luxo foi fundamental nesta época difícil - ainda mais falando em bem de luxo)... esse modelo foi uma exceção, mas serviu para influenciar os modelos futuros, e influenciar outros modelos de outras montadoras de carro de luxo (Buick a Rolls-Royce), com a distância entre eixos, fluxo dos pára-lamas dianteiros, instrumentação de painel.
Os toques especiais adornada do carro eram realmente especiais - e não estou falando apenas dos desenhos a ouro pintados no carro (aliás, tudo que era dourado tem como base o ouro). Todos os trilhos dos bancos, eram de aço inox, assim como eram feitos da mesma matéria prima tudo que era cromado. A suspensão era a original da Cadillac que era fantástica. No interior, a Duquesa recebeu estofamento casimira personalizado, e tapetes de lã cobriam o chão, enquanto a madeira de nogueira foi utilizada para ornamentação em toda a cabine. Toques de luxo incluíam até mesmo um humidificador. O carro incluiu janelas operadas hidraulicamente e um divisor de centro operado de forma elétrica. O rádio traseiro tinha botões pré-definidos para as estações de rádio de Nova York, que tinha uma antena movida a vácuo. Era o carro mais silencioso feito nos EUA - em marcha lenta a 400RPM o que se ouvia era o ruído do ventilador.
O Duque de Windsor não quis aceitar como um presente da GM e pagou US$14.000 - que foi mais de três vezes o custo de uma produção Cadillac Series 75 Fleetwood sedan de sete passageiros. O carro ficava na garagem do Waldorf Astoria, em Nova York, onde o casal mantinha uma suite (na verdade a suite ficava no Waldorf Towers na Park Avenue - ao lado do hotel). O casal ficou com o carro por 11 anos (até 1952), quando o Duque trocou com um novo Cadillac Series 75 e comprou um perua Buick. Desde então, a Duchess foi apenas de quatro proprietários, o mais recente (antes do leilão) era Morgan Murphy, que o redescobriu jogado numa coleção de pequeno porte e o comprou em 2009, iniciando uma restauração completa. Hoje o preço deste carro gira entorno de US$500.000 e US$800.000. Pelo que eu sei o carro não foi vendido.
Luis Cezar
Um comentário:
Cadillacs são de outro mundo mesmo...
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